CNI projeta 2025 com PIB de 2,4%, inflação perto do teto e Selic de 12,75% no fim do ano

Publicado 17.12.2024, 09:51
Atualizado 17.12.2024, 13:10
CNI projeta 2025 com PIB de 2,4%, inflação perto do teto e Selic de 12,75% no fim do ano

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou na manhã desta terça-feira, 17, as projeções para a economia brasileira para este e o próximo ano. A expectativa é de que o PIB tenha um avanço de 2,4% em 2025, com inflação mais próxima do teto da meta, em 4,2% e Selic de 12,75% no fim do ano. Já o PIB industrial deve avançar 2,1% no próximo ano. Os dados estão no relatório Economia Brasileira 2024-2025.

A avaliação da entidade é de que os mesmos fatores que impulsionaram o crescimento neste ano também vão influenciar o ritmo da atividade no ano que vem, mas com menos intensidade. A expectativa é de que 2025 tenha avanço de 2,4% no consumo e de 2,6% em investimentos. Um dos principais pontos para a desaceleração da atividade, ainda que não o único, é a alta dos juros pelo Banco Central.

"A alta dos juros deve conter o consumo e os investimentos, devido à menor concessão de crédito; mas há outros fatores, como a evolução mais lenta do mercado de trabalho, depois de três anos bastante positivos; e a redução do impulso fiscal, ou seja, as compras dos governos federal, estaduais e municipais", afirma o presidente da CNI, Ricardo Alban.

A CNI espera que o ciclo de aperto monetário será mantido até meados de 2025, com redução a partir do segundo semestre. Ainda assim, a Selic no fim do próximo ano será 0,5 ponto porcentual superior à deste ano.

Com este cenário de redução do crescimento da demanda interna, a indústria deve avançar 2,1% em 2021, com a indústria de transformação subindo 2%. "Se a expectativa se confirmar, serão dois anos consecutivos de alta do setor, o que não ocorre desde o biênio 2017-2018", diz a CNI. Os serviços devem avançar 1,9% e o setor agropecuário avançará 4,2% no próximo ano.

O Informe Conjuntural mostra que, para 2024, a expectativa é de PIB de 3,5% e IPCA acima do teto da meta, em 4,8%. No documento divulgado no ano passado, que também trazia projeções para 2024, a CNI estimava que o PIB deste ano seria de 1,7%, o PIB industrial fecharia em 0,9%, o IPCA seria de 3,9% e a Selic em dezembro ficaria em 9,25% - a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada no início deste mês, sacramentou a taxa de juros em 12,25% ao ano, com sinalização de mais duas elevações de 1 p.p.. em 2025.

As revisões dos dados de 2024 refletem o desempenho positivo do mercado de trabalho, expansão fiscal e o aumento das concessões de crédito. "No ano passado, o crescimento foi muito puxado pelas exportações, devido a uma safra recorde e a um bom desempenho da pecuária. Não foi um crescimento muito equilibrado. Já neste ano, o crescimento é puxado por fatores internos, com alta significativa da demanda, e todos os segmentos da indústria e o setor de serviços crescendo", diz o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Rafael Lucchesi.

Política fiscal

A entidade avalia que a política fiscal expansionista contribuiu com o avanço do PIB em 2024, mas o forte aumento das despesas ocasionará um déficit primário para o governo. Já para 2025, o quadro ainda é incerto, tanto para as receitas quanto as despesas federais, levando em conta a quantidade de medidas ainda penduradas no Congresso.

A CNI não acredita que as medidas para ampliar a receita atingirão a magnitude esperada pela peça orçamentária. Já em relação às despesas, o crescimento real em 2025 deve ser menor do que o deste ano.

"Diante desse cenário, a CNI entende que a trajetória de receitas e despesas não é compatível com a meta de resultado primário igual a zero em 2025", diz o documento. A previsão da CNI é de déficit de 0,7% do PIB em 2025, o equivalente a R$ 82,1 bilhões - acima da meta e da margem de tolerância estabelecida pelo arcabouço fiscal.

Em relação ao conjunto de medidas proposto pelo governo para contenção das despesas, a CNI vê como positivo e como uma sinalização do compromisso com o controle de gastos, a fim de preservar o arcabouço fiscal.

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