Com foco ainda no tarifaço, Ibovespa cai 1,04% ao menor nível desde 22/4

Publicado 28.07.2025, 16:03
Atualizado 28.07.2025, 19:10
© Reuters Com foco ainda no tarifaço, Ibovespa cai 1,04% ao menor nível desde 22/4

O Ibovespa iniciou a semana decisiva do tarifaço americano - previsto para ser implementado contra o Brasil na sexta-feira, 1º de agosto - da forma como encerrou as duas sessões anteriores, em baixa. Nesta segunda, 28, o índice da B3 (BVMF:B3SA3) oscilou entre 131.550,39 e 133.901,70 pontos, encerrando em queda de 1,04%, aos 132.129,26 pontos, o menor nível de fechamento desde 22 de abril, então a 130,4 mil.

Como nas últimas sessões, o giro permaneceu contido, hoje a R$ 17,6 bilhões. Em julho, que chega ao fim nesta quinta-feira, o Ibovespa já acumula perda de 4,84% - por enquanto, a caminho de seu pior desempenho mensal desde agosto de 2023, quando havia cedido 5,09%. No ano, o Ibovespa limita o avanço a 9,85%.

No fechamento, as ações de grandes bancos mostraram perdas de até 2,10% em Itaú (BVMF:ITUB4) PN, a principal do segmento. Entre os setores mais pesados do índice, o bancário liderou as perdas nesta segunda-feira, pressionado por dados fracos de concessão de crédito e pelo temor dos impactos das tarifas dos EUA sobre a economia brasileira, observa Luise Coutinho, head de produtos e alocação da HCI Advisors. "As ações do setor metálico também recuaram, acompanhando a queda de preço do minério de ferro." Ela acrescenta que o mercado aguarda com expectativa a próxima reunião do comitê executivo do Partido Comunista Chinês, que pode anunciar novas medidas de estímulo à economia, com efeitos para o setor.

Vale ON (BVMF:VALE3) encerrou em baixa de 0,97%, enquanto Petrobras (BVMF:PETR4) teve desempenho misto no fechamento, em baixa de 0,06% na ON e alta de 0,13% na PN, com avanço de mais de 2% para o petróleo em Londres e Nova York nesta segunda-feira. Os contratos futuros da commodity foram impulsionados por declarações do presidente americano, Donald Trump, ao indicar que encurtará para 12 dias o prazo máximo para que o presidente russo, Vladimir Putin, chegue a uma trégua com a Ucrânia.

Por outro lado, a Petrobras informou hoje que reduzirá em 14%, em média, os preços do gás natural para as distribuidoras a partir de 1º de agosto. Segundo a estatal, os contratos com as distribuidoras preveem atualizações trimestrais da parcela do preço relacionada à molécula do gás e vinculam esta variação, para cima ou para baixo, às oscilações do petróleo Brent e da taxa de câmbio do real em relação ao dólar, reporta a jornalista Beth Moreira, da Broadcast.

Na ponta ganhadora do Ibovespa, São Martinho (BVMF:SMTO3) (+3,56%), YDUQS (BVMF:YDUQ3) (+2,26%) e Ultrapar (BVMF:UGPA3) (+2,18%). No lado oposto, Vivara (BVMF:VIVA3) (-5,23%), CSN (BVMF:CSNA3) (-4,42%) e Magazine Luiza (BVMF:MGLU3) (-4,27%).

A comitiva de senadores que está em Washington com a missão de abrir uma nova frente de negociações com os Estados Unidos recebeu com cautela o anúncio realizado neste domingo, 27, sobre o acordo entre o governo Donald Trump e a União Europeia. Há uma avaliação de que o acerto não é tão bom para o Brasil e deve deixar o País mais isolado, reportam de Brasília as jornalistas Pepita Ortega e Isadora Duarte.

Mantendo o tom político da disputa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que o ex-presidente Jair Bolsonaro "não merece o sacrifício do povo brasileiro", citando a imposição da tarifa de 50% sobre os produtos do Brasil. Ao anunciar a sobretaxa dos produtos brasileiros, Trump usou como justificativa o que chamou de "caça às bruxas" no processo contra Bolsonaro em andamento no Supremo Tribunal Federal.

O governo brasileiro avisou à Casa Branca que o chanceler Mauro Vieira pode viajar a Washington, nos próximos dias, se for recebido por um interlocutor do presidente americano. Às vésperas de o tarifaço sobre toda a pauta de exportação brasileira aos EUA entrar em vigor, Vieira foi a Nova York, onde cumpre agendas na Organização das Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira.

"Embora acordos estejam sendo alcançados com outros parceiros, como a União Europeia, Trump já deixou bem claro que não haverá adiamento da data de 1º de agosto para que as tarifas ao Brasil sejam efetivadas. E isso continua a ir para o preço dos ativos brasileiros, como voltamos a ver hoje na Bolsa", diz Rubens Cittadin, operador de renda variável da Manchester Investimentos. "Há uma quebra de expectativa de que pudesse haver brecha para uma negociação e solução de última hora", acrescenta. Nesse mesmo contexto, o dólar à vista fechou o dia em alta de 0,50%, a R$ 5,5899.

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