Investing.com – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central entende que a política monetária deve seguir contracionista pelo tempo necessário para ancorar expectativas e que pode até subir os juros se for preciso para controlar a inflação.
Foi o que demonstrou a ata da última reunião do Copom, realizada nos dias 30 e 31 de julho, que foi divulgada nesta terça. Naquela data, o colegiado manteve a Selic no patamar de 10,5%, em linha com o consenso, em decisão unânime.
Eventuais ajustes futuros podem ser realizados diante do compromisso com a convergência da inflação à meta. “O Comitê, unanimemente, reforçou que não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado”, destacou o documento.
A ata apontou, assim que “a política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno da meta”.
Cenários do Copom
Indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho continuam com dinamismo maior do que o esperado pelo colegiado. Além disso, o horizonte relevante para a política monetária segue como seis trimestres à frente, correspondendo ao primeiro trimestre de 2026. Para as projeções de ano-calendário, as estimativas de inflação do Copom são de 4,2% para 2024 e 3,6% para 2025.
Assim, com um cenário mais desafiador, o Copom entende que as taxas de juros devem seguir elevadas, em uma postura cautelosa, mas os membros preferiram não sinalizar qual ação pretendem tomar nas próximas decisões.
“Desse modo, o Comitê, unanimemente, avalia que o momento corrente é de ainda maior cautela e de acompanhamento diligente dos condicionantes da inflação, sem se comprometer com estratégias futuras”.