Por Lucia Mutikani
WASHINGTON (Reuters) - O déficit comercial dos Estados Unidos subiu para o patamar mais alto em cinco meses em julho, com a diferença politicamente sensível com a China atingindo um recorde, o que economistas dizem que podem encorajar o governo norte-americano a defender agressivamente sua proposta "América Primeiro".
A política comercial protecionista do presidente Donald Trump deixou os Estados Unidos envolvidos em uma disputa tarifária com a União Europeia, Canadá e México, além de uma guerra comercial com a China. Trump afirma que os Estados Unidos estão sendo explorados por seus parceiros comerciais.
A deterioração do déficit comercial anunciada pelo Departamento de Comércio nesta quarta-feira ocorre um dia antes do final de um período de consultas públicas sobre uma lista de 200 bilhões de dólares em produtos chineses que devem ser afetados por tarifas de importação em breve.
"A América ainda não está conseguindo um acordo justo sobre o comércio e isso só pode significar uma coisa", disse Chris Rupkey, economista-chefe do MUFG. "O presidente Trump vai adotar mais tarifas sobre mais 200 bilhões de dólares em importações da China."
O Departamento de Comércio informou que o déficit comercial aumentou 9,5 por cento, para 50,1 bilhões de dólares, já que as exportações de soja e aeronaves civis caíram e as importações atingiram um recorde. O déficit comercial agora se ampliou por dois meses consecutivos.
Economistas consultados pela Reuters projetavam que o déficit comercial chegaria a 50,3 bilhões de dólares em julho.
O governo diz que a eliminação do déficit comercial colocará a economia em um caminho sustentável de crescimento mais rápido. Mas economistas dizem que algumas das políticas do governo, como um pacote de corte de impostos de 1,5 trilhão de dólares neste ano, vão piorar o déficit comercial. O estímulo fiscal impulsionou os gastos dos consumidores e das empresas, atraindo mais importações.