PARIS (Reuters) - A França registrou um déficit comercial recorde no ano passado, com as importações subindo devido aos preços mais altos da energia e queda nas exportações da Airbus (PA:AIR), mostraram dados oficiais nesta terça-feira, representando uma rara mancha sobre o histórico econômico do presidente Emmanuel Macron.
O déficit comercial de bens atingiu 84,7 bilhões de euros em 2021, o equivalente a 3,4% da produção econômica, já que a conta de importação de energia inchou para 43,1 bilhões de euros, disse o Ministério do Comércio.
Somente em dezembro, o déficit comercial atingiu mais de 11 bilhões de euros, o maior saldo negativo mensal desde que os registros alfandegários franceses começaram, em 1970.
A quase dois meses de uma eleição presidencial em que Macron deve buscar um segundo mandato, o ministro das Finanças, Bruno Le Maire, disse que o déficit marcou uma "mancha" na presidência de Macron, que tem sido particularmente forte na economia.
O crescimento da França foi o mais forte em 52 anos em 2021, de 7%, já que a segunda maior economia da União Europeia se recuperou mais rápido do que o esperado da crise do coronavírus.
Le Maire disse que, em última análise, a França precisa da reeleição de Macron em abril para concluir os esforços para restaurar a competitividade dos exportadores.
(Por Tassilo Hummel e Leigh Thomas)