A IFI (Instituição Fiscal Independente), do Senado, projeta um aumento de 12,4 pontos percentuais na DBGG (Dívida Bruta do Governo Geral) até o fim deste mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2026.
Os dados estão no relatório mensal de acompanhamento fiscal do órgão, lançado nesta 5ª feira (17.out.2024). Eis a íntegra (PDF – 1 MB).
A DBGG é o total das obrigações financeiras dos governos federal, estaduais e municipais. Alguns exemplos são títulos públicos e empréstimos. Reflete o quanto o governo deve ao setor financeiro e ao público.
A estimativa da IFI é que a dívida pública atinja 80% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2024. Eis a projeção para os anos seguintes:
- 2025 – 82,2%;
- 2026 – 84,1%.
Para 2024, a instituição espera que 3 fatores principais contribuam para o aumento do endividamento:
- menores contribuições do PIB nominal;
- comportamento da despesa de juros;
- das emissões líquidas de dívida.
O impacto do aumento nos juros teve um impacto de 5,2 pontos percentuais na relação dívida/PIB até agosto. As emissões líquidas impactaram em 1,4 ponto percentual.
O relatório também relaciona as perspectivas de deficits primários nas contas públicas, especialmente no governo central, como fator influente para a elevação da dívida.
“A dívida bruta continuará subindo nos próximos anos no cenário base. Essa trajetória estimada para o endividamento indica os desafios associados à sustentabilidade das contas públicas no médio prazo”, diz o texto.
A equipe econômica comprometeu a equilibrar as contas públicas em 2024. O objetivo é que os gastos durante o ano sejam iguais às receitas –espera-se um deficit zero. Na prática, é necessário aumentar a arrecadação e cortar despesas.
COMO ESTÁ A DÍVIDA
A dívida bruta do Brasil atingiu 78,6% do PIB (Produto Interno Bruto) em agosto. Esse é o maior patamar desde outubro de 2021, ou 34 meses. O resultado é divulgado pelo Banco Central. Em valores nominais, equivale a R$ 8,9 trilhões.