Investing.com – Após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar novamente a taxa de juros básica da economia brasileira (Selic) em 100 pontos-base, com a sinalização de mais um aumento de mesma magnitude na próxima reunião do colegiado, empresas do setor financeiro esperam um encarecimento do crédito e aumento na inadimplência, diante de maiores parcelas e juros de financiamentos.
O alta da taxa Selic de 12,25% para 13,25% deve pressionar mais as famílias de classes mais baixas, que costumam ser mais endividadas e registrar percentual maior de inadimplência, na opinião de Heverton Peixoto, CEO da Omni&Co, que atua em áreas como financiamento de veículos, microcrédito, corretora de seguros e assistências.
“O aumento da inadimplência atinge mais o crédito livre/pessoal nas classes C,D e E, e menos no financiamento imobiliário, consignado, crédito corporativo e estratos AB. Por isso, devemos ver os bancos retraindo neste segmento, gerando um ciclo de menor acesso a crédito”, destaca Peixoto.
O cenário deve afetar também os microempreendedores individuais e empresas de pequeno porte, que correspondem a 30% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
Levantamento realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) indica que entre as principais barreiras para obtenção de crédito de microempresários estão a falta de garantias reais (20%), taxa de juros muito alta (17%) e falta de avalista/fiador (11%).
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