Em evento na FGV, economistas apostam em recuo completo de Trump na guerra de tarifas

Publicado 21.05.2025, 17:16
Atualizado 21.05.2025, 20:40
© Reuters Em evento na FGV, economistas apostam em recuo completo de Trump na guerra de tarifas

Economistas que participaram no começo da noite desta quarta-feira, 21, da segunda parte do 3º Seminário Macrolab de Conjuntura da FGV-EESP foram uníssonos na afirmação de que o presidente dos EUA, Donald Trump, se verá forçado a recuar em todas as medidas que adotou na guerra tarifária.

De acordo com o economista-chefe do Banco BV, Roberto Padovani, embora o custo da guerra de tarifas seja alto no curto prazo, é divertido observá-la porque se trata de uma "grande bagunça" provocada pelo mandatário norte-americano, que já percebeu que, nesta briga, os Estados Unidos têm mais a perder do que a China.

Para Padovani, a guerra fiscal travada por Trump tem mais a ver com política do que com economia. Neste aspecto é que o republicano está percebendo que perderá a briga, porque "a China pensa 100 anos à frente" e seu regime político a permite passar por três anos de turbulência. "O Trump, como todos os populistas, passará. Foi assim com o Bolsonaro", disse Padovani ao acrescentar que a China está "se lixando" para Trump e os Estados Unidos.

Chefe do Departamento de Economia da XP Investimentos (BVMF:XPBR31), o economista Caio Megale avalia que o objetivo do governo americano é afetar a China, que tem esfriado a economia interna e exportado para o mundo toda sua produção. "A ideia do Trump era sufocar as exportações chinesas e, como a China tem relações comerciais com todo o mundo, todos os países acabam sendo afetados por tabela", disse.

Para Tatiana Pinheiro, economista da Galapagos Capital, há esse ponto do enfraquecimento da economia chinesa - que é uma decisão da sociedade, do lado real da economia, e que começou em 2018. Para ela, quando Trump, já naquele ano, começou a aumentar as tarifas numa guerra bilateral com a China, o governo chinês já tinha a intenção de reduzir ali a demanda.

"Já tinha isso: aí o Biden, quando ganha as eleições, mantém algumas alíquotas que tinham sido colocadas, principalmente na parte tecnológica, na parte de processadores. Mas isso não foi bem-sucedido, os chineses são líderes de intelectualidade e de inteligência artificial. São os grandes fornecedores dos componentes de computador, são líderes nas fábricas de bateria também - quer dizer, têm uma liderança também na parte de carros elétricos, então não foi muito bem-sucedido", disse.

Para Tatiana, a estratégia mercantilista do Trump não funciona no cenário atual, numa estrutura econômica diferente. "Agora é uma revisão de PIB pra baixo e de inflação para cima", acrescentou.

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