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Fazenda muda metas para dívida pública em 2024 e prevê maior participação de títulos atrelados à Selic

Publicado 04.09.2024, 14:50
Atualizado 04.09.2024, 16:10
© Reuters. Moedas de 1 realn15/10/2010nREUTERS/Bruno Domingos
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BRASÍLIA (Reuters) - O Tesouro Nacional anunciou nesta quarta-feira uma mudança em metas do seu Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2024, passando a prever uma fatia maior de títulos atrelados à taxa Selic na composição da dívida pública federal em meio ao aumento da demanda pelo papel, de menor risco para o investidor, em meio às incertezas em torno da política monetária dos Estados Unidos.

A pasta informou que os novos limites para os papéis vinculados à Selic subirão para patamar entre 43% e 47% neste ano, contra a meta estabelecida em janeiro de fechar 2024 com uma fatia de 40% a 44%.

Por outro lado, foram reduzidas as previsões de participação de títulos atrelados à inflação, de 27% a 31% para 25% a 29%, e de papeis prefixados, de 24% a 28% para 22% a 26%.

Não houve alteração dos limites para títulos ligados ao câmbio (3% a 7%). Também foram mantidas as metas para o prazo médio da dívida pública federal (3,8 a 4,2 anos) e para o percentual de títulos vincendo em 12 meses (17% a 21%)

“Os novos limites de referência do PAF 2024 possibilitam uma estratégia mais alinhada às condições de mercado e sem trazer pressão adicional para a formação dos preços dos títulos a serem oferecidos ao longo do último quadrimestre do ano, contribuindo, em última análise, para o bom funcionamento do mercado de títulos públicos”, disse o Tesouro em nota.

Na última sexta, a pasta informou que a dívida pública federal subiu 1,02% em julho ante junho, para 7,140 trilhões de reais. Segundo os dados, a parcela dos títulos remunerados pela Selic alcançou 44,95% no mês passado, acima do teto de 44% estabelecido pelo PAF até então. A fatia de papeis prefixados ficou em 21,33%, abaixo do piso anterior de 24%.

Na nota desta quarta, o Tesouro afirmou que o apetite por títulos indexados à Selic neste ano aumentou devido às incertezas sobre a política monetária nos Estados Unidos.

“Tais incertezas afetaram os mercados emergentes, pressionando as taxas de câmbio e aumentando a aversão ao risco. Esses fatores impactaram a curva de juros e a demanda pelos títulos do Tesouro Nacional, com investidores buscando ativos de menor risco”, disse.

Segundo a pasta, mudanças tributárias e de comportamento dos agentes econômicos também afetaram o mercado de títulos atrelados à inflação, “levando o Tesouro a atuar com mais cautela”.

O Tesouro argumentou que as maiores emissões de títulos ligados à Selic contribuíram para que o colchão de liquidez para gestão da dívida fosse mantido acima do nível prudencial. Atualmente, essa reserva é suficiente para cobrir 7,97 meses de vencimentos.

Com o estoque de papeis vinculados aos juros básicos podendo chegar a 47% da dívida pública federal neste ano, o Tesouro se afasta ainda mais do plano de reduzir a fatia desses títulos a 23% até 2035, dificultando também a tarefa de ampliar o volume de papeis ligados à inflação para 35%, hoje em 21,33%.

"Mesmo com essa mudança na composição da dívida, mais em direção a títulos flutuantes no curto prazo, não alinhado com o que estamos trabalhando para o médio prazo, temos condição de fazer essa reversão ao longo do tempo", disse o subsecretário da Dívida Pública do Tesouro, Otavio Ladeira.

"Ela é mais desafiadora nos títulos prefixados e indexados à Selic, mas temos estratégias para ao final de dez anos alcançar todos os limites que nos impusemos."

© Reuters. Moedas de 1 real
15/10/2010
REUTERS/Bruno Domingos

Ladeira ressaltou ainda que investidores estrangeiros têm apresentado uma visão mais benigna do Brasil do que os brasileiros, fazendo com que turbulências internacionais tenham efeito menor sobre a demanda por possíveis emissões externas do Tesouro.

Ele ponderou que embora haja uma perspectiva de que os últimos quatro meses deste ano sejam mais positivo na economia global, o Tesouro ainda vai avaliar se fará ou não um novo lançamento de títulos públicos no mercado internacional.

 

(Por Bernardo Caram)

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