WASHINGTON (Reuters) - Os gastos dos consumidores dos Estados Unidos aumentaram mais do que o esperado em abril, enquanto a inflação anual parece ter atingido um pico, o que pode ajudar a sustentar o crescimento econômico no segundo trimestre em meio a temores crescentes de recessão.
Os gastos dos consumidores, que representam mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, aumentaram 0,9% no mês passado, disse o Departamento de Comércio na sexta-feira. Os dados de março foram revisados aumento de 1,4% ao invés de 1,1%, como informado anteriormente.
Economistas consultados pela Reuters projetavam ganho de 0,7%. Os gastos estão sendo sustentados por fortes ganhos salariais, com as empresas se esforçando para preencher um recorde de 11,5 milhões de vagas de emprego que estavam abertas no final de março.
A política monetária do Federal Reserve, que luta para conter a inflação alta e trazê-la de volta à sua meta de 2%, tem alimentado preocupações de uma recessão, provocando uma liquidação de ações e aumento nos rendimentos dos Treasuries e no dólar.
Os receios de uma retração econômica também foram exacerbados pela guerra da Rússia contra a Ucrânia, bem como pela política de Covid zero da China, que afetou ainda mais as cadeias de abastecimento
O banco central dos EUA aumentou a taxa de juros em 0,75 ponto percentual desde março. O Fed deve aumentar a taxa em 0,5 ponto percentual em cada uma de suas próximas reuniões em junho e julho.
As estimativas de crescimento para o segundo trimestre estão em sua maioria acima de uma taxa anualizada de 2,0%. A economia contraiu a um ritmo de 1,5% no trimestre janeiro-março, pressionada pelo déficit comercial recorde e um acúmulo de estoques mais lento em relação à taxa robusta do quarto trimestre
Embora a inflação tenha continuado a aumentar em abril, não foi na mesma magnitude dos meses recentes. O índice PCE subiu 0,2% no mês passado, depois de ter disparado 0,9% em março. Nos 12 meses até abril, o índice avançou 6,3% depois de ter saltado 6,6% em março.
O aumento anual do PCE está diminuindo à medida que os grandes saltos do ano passado saem do cálculo.
Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o PCE subiu 0,3%, avançando pela mesma margem por três meses consecutivos. O chamado núcleo do PCE aumentou 4,9% em abril na comparação anual, depois de ter subido 5,2% em março. Foi o segundo mês consecutivo em que a alta anual desacelerou.
(Reportagem de Lucia Mutikani)