Por Noah Browning
LONDRES (Reuters) - A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) elevou sua estimativa de crescimento da demanda de petróleo em 110.000 barris por dia (bpd) em relação à previsão do mês anterior, à medida que ataques Houthi interrompem o transporte marítimo no Mar Vermelho, mas sua visão continua muito abaixo da apresentada pelo grupo produtor Opep.
A IEA previu que a demanda de petróleo atingirá seu pico em 2030, em meio à transição mundial para energia mais limpa. A Opep vê uma mudança mais lenta e espera que o uso de petróleo continue aumentando nas próximas duas décadas.
A demanda mundial de petróleo aumentará em 1,3 milhão de bpd em 2024, informou a IEA na quinta-feira em um relatório mensal. Anteriormente, a agência previa uma desaceleração mais acentuada da demanda este ano, tendo inicialmente previsto um crescimento em 2024 de 860.000 bpd em junho de 2023.
Na terça-feira, a Opep manteve inalterada sua previsão de crescimento da demanda em 2,25 milhões de bpd neste ano. Mesmo com a última revisão para cima, a visão da IEA ainda está atrás da Opep em quase 1 milhão de bpd, ou quase 1% da demanda mundial diária.
Segundo a IEA, os sinais "dovish" dos bancos centrais indicaram um caminho para sair do marasmo econômico, mas os dados econômicos moderados da China continuam sendo uma preocupação.
As interrupções no transporte marítimo global, que forçaram mais comércio ao redor do Cabo da Boa Esperança, significam que cerca de 1,9 bilhão de barris de petróleo estavam no mar no final do mês passado, segundo a IEA, quase o maior valor desde a pandemia.
Rotas mais longas aumentaram a demanda de combustível e o carregamento de navios com combustível, ou bunkering, em Cingapura atingiu o maior nível de todos os tempos.
A IEA ainda acredita que a estabilização da turbulência pós-pandemia e uma perspectiva econômica nebulosa pesarão sobre a demanda, observou a agência, mesmo que os desafios para o transporte marítimo proporcionem um impulso de curto prazo.
(Reportagem de Noah Browning)