Por Noah Browning
LONDRES (Reuters) - O crescimento da demanda global de petróleo desacelerará para pouco menos de um milhão de barris por dia (bpd) neste ano e no próximo, afirmou a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), já que o consumo chinês diminuiu no segundo trimestre devido a problemas econômicos.
A demanda global no segundo trimestre aumentou em 710.000 bpd em relação ao ano anterior, o menor aumento trimestral em mais de um ano, disse a IEA, que assessora os países industrializados, em relatório mensal sobre petróleo.
"A preeminência da China (está) desaparecendo. No ano passado, o país foi responsável por 70% dos ganhos da demanda global -- isso diminuirá para cerca de 40% em 2024 e 2025", disse a IEA.
Os analistas de petróleo estão mais divididos do que o normal quanto à força do crescimento da demanda de petróleo para este ano e para o médio prazo, em parte devido a diferenças quanto ao ritmo da transição mundial para combustíveis mais limpos. Na quarta-feira, o grupo de produtores Opep manteve suas previsões, que são muito mais altas.
A IEA deixou praticamente inalterada sua estimativa de um crescimento relativamente baixo da demanda de petróleo este ano, de 970.000 bpd, em relação ao esperado no mês passado. Ao mesmo tempo, reduziu sua previsão de crescimento para o próximo ano em 50.000 bpd, para 980.000.
Em contrapartida, a Opep espera que a demanda de petróleo aumente em 2,25 milhões de bpd este ano, mais do que o dobro da previsão da IEA, com a China fornecendo uma parte significativa do crescimento.
À medida que a recuperação econômica pós-Covid se estabiliza em todo o mundo, a IEA acrescentou que o crescimento econômico fraco, o aumento da eficiência energética e a ascensão dos veículos elétricos atuarão como ventos contrários para o crescimento neste ano e no próximo.
(Reportagem de Noah Browning)