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Inadimplência no mercado de crédito volta a subir em julho e concessões despencam

Publicado 25.08.2016, 11:18
© Reuters.  Inadimplência no mercado de crédito volta a subir em julho e concessões despencam

BRASÍLIA (Reuters) - A inadimplência no país no segmento de recursos livres voltou a subir em julho a 5,7 por cento, mês em que as concessões despencaram, retrato do esfriamento do mercado de crédito brasileiro em meio à recessão econômica e deterioração do mercado de trabalho, mostrou o Banco Central nesta quinta-feira.

No mês passado, sobre junho, a inadimplência avançou após a taxa ter caído em junho pela primeira vez em um ano, ficando em 5,6 por cento. Em recursos direcionados, a inadimplência ficou estável em 1,4 por cento no período.

O BC mostrou ainda que as concessões de crédito recuaram fortemente no período, 9,2 por cento no segmento de recursos livres, maior contração desde janeiro passado (-21,09 por cento). Em julho de 2015, sobre o mês anterior, os empréstimos haviam caído 5,03 por cento.

No segmento de recursos direcionados, as concessões desabaram 24,3 por cento em julho passado sobre junho.

Segundo o BC, o estoque total de crédito no país, que inclui os recursos livres e direcionados, caiu 0,4 em julho sobre junho, a 3,116 trilhões de reais, ou 51,4 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). Em 12 meses, o avanço foi de apenas 0,2 por cento.

O BC vem apontando há meses o quadro de baixo crescimento do crédito em meio à recessão econômica, com bancos mais cautelosos para financiar e consumidores pouco estimulados a tomar empréstimos.

Para 2016, a expectativa do BC é de aumento de 1 por cento no estoque geral de crédito. Se confirmado, será o desempenho anual mais fraco desde o início da série histórica do BC, em março de 2007.

JUROS E SPREAD

Apesar de a Selic estar há mais de um ano em 14,25 por cento ao ano, os juros médios no segmento de recursos livres subiram a 52,7 por cento ao ano, nível recorde da série iniciada em março de 2011, ante 52,2 por cento em junho.

Já o spread bancário, diferença entre o custo de captação e a taxa efetivamente cobrada ao consumidor final, cresceu a 40,4 pontos percentuais, contra 39,7 pontos percentuais em junho, também alcançando o maior patamar da série.

(Por Marcela Ayres)

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