Ação do BB fecha em queda após banco acionar AGU contra fake news
(Corrige o 1º parágrafo para dizer "quase três dúzias de servidores atuais e ex-funcionários" em vez de "quase três dúzias de funcionários")
Por Tim Reid
WASHINGTON (Reuters) - Quase três dúzias de servidores atuais e ex-funcionários da agência dos Estados Unidos que responde a desastres naturais alertaram o Congresso em uma carta nesta segunda-feira que a inexperiência dos principais nomeados do governo Trump poderia levar a uma catástrofe no nível do furacão Katrina.
Assinada por 35 funcionários nomeados da Agência Federal de Gestão de Emergências (Fema, na sigla em inglês), a carta foi uma rara manifestação de dissidência interna no órgão. A carta aponta que os atuais líderes da agência, incluindo a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, e o diretor interino da Fema, David Richardson, não tinham as qualificações necessárias para gerenciar desastres naturais e estavam corroendo sua capacidade de responder a furacões e outras emergências.
A exigência de Noem de revisão de todos os contratos e concessões acima de US$100.000 "reduz as autoridades e a capacidade da Fema de cumprir rapidamente nossa missão", afirma a carta.
O texto pede ao Congresso que torne a Fema um órgão independente, livre da interferência do Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês) e que proteja os funcionários da agência de demissões por motivos políticos "para evitar não apenas outra catástrofe nacional como o furacão Katrina, mas a dissolução efetiva da própria Fema".
Daniel Llargues, secretário de imprensa interino da Fema, disse que a agência está "comprometida em garantir que a Fema atenda ao povo americano". Segundo Llargues, ela está atolada em burocracia e ineficiências e o governo Trump "fez da responsabilidade e da reforma uma prioridade".
O DHS não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Cerca de 2.000 funcionários da Fema, um terço de sua força de trabalho, deixaram a agência neste ano. O governo Trump também planeja cortar cerca de US$1 bilhão em verbas de subsídios, afetando seus programas de gerenciamento de emergências.
A carta de protesto foi enviada dias antes do 20º aniversário do Katrina, que causou inundações catastróficas em Nova Orleans e destruição devastadora ao longo da Costa do Golfo em agosto de 2005, ceifando a vida de mais de 1.800 pessoas.
Também foi entregue dois meses após o início da temporada de furacões nos EUA e em um momento em que o presidente Donald Trump disse que quer reduzir drasticamente o tamanho e o mandato da Fema, deixando muito mais o ônus de responder a desastres naturais para os Estados individualmente.
O Katrina foi um dos piores desastres naturais da história dos EUA, em parte devido a um colapso da liderança e da resposta em nível municipal, estadual e federal. O Congresso aprovou a Lei de Reforma de Emergência Pós-Katrina em 2006 para conferir mais responsabilidade à Fema e colocar em prática salvaguardas para mitigar o fracasso de outra resposta.
A carta adverte que o governo Trump está desfazendo essas reformas e fazendo com que a Fema retorne aos níveis anteriores ao Katrina, cortando verbas, reduzindo os programas de recuperação de desastres e de treinamento e dificultando sua capacidade de agir rapidamente.
(Reportagem de Tim Reid)
((Tradução Redação Brasília))
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