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Inflação ao consumidor nos EUA acelera em outubro e veio acima das projeções

Publicado 10.11.2021, 10:22
Atualizado 10.11.2021, 10:33
© Reuters.
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Por Leandro Manzoni

Investing.com - A inflação da economia dos EUA medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) surpreendeu ao apresentar uma alta de 0,9% em outubro, acima do consenso de 0,6% e da leitura anterior de 0,4%, de acordo com números divulgados nesta quarta-feira (10).

Na base anual, o indicador acumulou alta de 6,2%, também acima das expectativas do mercado de 5,8% e da leitura de setembro de 5,4%.

Já os núcleos do IPC na base mensal e anual também subiram acima do consenso, com alta de 0,6% e 4,6%, respectivamente, contra consenso de 0,4% e 4,3%.

A inflação ao consumidor veio um dia após a divulgação dos dados referentes à inflação ao produtor. O Índice de Preços ao Produtor (IPP, ou PPI na sigla em inglês) subiu 0,6% em outubro na base mensal, em linha com o consenso e mostrando uma aceleração em relação à leitura anterior de 0,5%.

Na base anual, o indicador acumula alta de 8,6%, abaixo das expectativas do mercado de 8,7% e em linha com a leitura de setembro de 8,6%.

Já os núcleos do IPP na base mensal e anual subiram 0,4% e 6,8%, respectivamente, contra consenso de 0,5% e 6,8%.

Seguro-desemprego

A divulgação dos pedidos iniciais por seguro-desemprego da semana passada nos EUA foi antecipada para esta quarta-feira, devido ao feriado nos EUA amanhã. Os dados vieram levemente acima da previsão dos economistas do mercado e um pouco abaixo do número revisado da semana anterior, segundo dados do Departamento de Trabalho. Foram solicitados 267 mil mil benefícios, contra os 271 mil da semana passada. A previsão do mercado era de 265 mil pedidos.

Já o número de solicitações contínuas ficou também acima da previsão de 2,095 milhões, com 2,160 milhões de benefícios solicitados, também acima do número revisado da semana passada, que foi de 2,101 milhões.

Reação dos mercados

O Ibovespa abriu com leve alta, mas reverteu para uma ligeira baixa após a divulgação dos dados de inflação dos EUA. O principal índice acionário brasileiro caía 0,14% a 105.383 pontos às 10h37, enquanto o dólar passou a diminuir a baixa, sendo cotado de R$ 5,45 para 5,47, baixa de 0,36%.

Nos EUA, os índices futuros de Wall Street aprofundaram as perdas. Dow Jones Futuros, S&P 500 Futuros e Nasdaq 100 Futuros caíam respectivamente 0,3%, 0,45% e 0,76%.

Os dados de inflação americana acima da projeção do mercado leva a uma reprecificação do prêmio de risco, pois pressiona o Federal Reserve (Fed) a acelerar o aperto da política monetária, o que leva a uma diminuição ao apetite ao risco e, consequentemente, menor disposição dos investidores a se posicionar em ativos arriscados, como ações e ativos de economias emergentes como a brasileira.

Consequência

Na última reunião, o Fed iniciou o processo de redução de estímulos monetários, passando a comprar menos títulos no mercado. Agora, a soma das compras mensais de títulos públicos e hipotecários passaram de até US$ 120 bilhões para US$ 105 bilhões, condicionando a diminuição mensal dos estímulos em US$ 10 bilhões para a aquisição de títulos públicos e US$ 5 bilhões para títulos hipotecários, desde que não haja piora nos índices inflacionários (intensificar retirada) ou recuperação abaixo do esperado do mercado de trabalho (diminuição da retirada). 

A previsão é que os estímulos saíam de cena em meados de 2022, enquanto as taxas de juros devem voltar a subir no fim do ano que vem. Número acima do esperado da inflação pode aumentar a velocidade do aperto monetário.

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