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Inflação brasileira deve fechar 2022 acima de meta novamente

Publicado 10.01.2023, 06:00
© Reuters.
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Investing.com – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, deve fechar o ano de 2022 acima da meta mais uma vez.

As projeções consensuais compiladas pelo Investing.com apontam para uma alta de 0,44% em dezembro, contra uma variação positiva de 0,41% em novembro. Se a expectativa se concretizar, o indicador anual passaria de 5,90% para 5,60%, segundo as projeções do portal.

Os dados oficiais serão divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 10. No entanto, o indicador estaria bem abaixo do registrado em 2021, quando passou de dois dígitos, chegando a 10,06%. O IPCA-15, que é a considerado a prévia da inflação oficial, teve alta de 0,52% em dezembro, com queda apenas em artigos de residência.

A meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3,5%, com tolerância de 1,5 ponto percentual (ou seja, limite superior em até 5%).

Já os economistas consultados pelo Banco Central no Boletim Focus esperam um indicador de 5,62% em 2022, conforme relatório divulgado ontem (9).

Impactos em 2022

O ano foi marcado pelo início da guerra da Ucrânia, impactando o preço das commodities agrícolas e energéticas, o que resultou em pressões inflacionárias por todo o mundo e em políticas monetárias contracionistas em países desenvolvidos como não se via há décadas. A perspectiva é de que as taxas de inflação globais continuem caindo, ainda que estejam elevadas. A nível local, as incertezas fiscais trazem riscos para a definição da política monetária, que ainda não iniciou declínio após os juros ficarem mantidos em 13,75%.

Rafael Pacheco, economista da Guide Investimentos, espera um indicador mensal do IPCA de 0,49% em dezembro, com taxa anual de 5,64%. “Dezembro tem o fator de sazonalidade, festas de final de ano, retomada de preços com fim das promoções de Black Friday, o que contribui para aceleração da inflação. Alimentação e bebidas devem ter aceleração, além de serviços, de forma geral, e passagens aéreas aumentam bastante no final do ano, vestuário, produtos de limpeza também. O que limita um pouco a alta são os combustíveis, que tiveram queda no mês e possuem bastante peso no IPCA”, detalha.

O banco Santander Brasil (BVMF:SANB11) espera que o IPCA seja de 0,40% em dezembro, levando a um indicador anual de 5,6%. O banco estima alta mensal de 0,57% em alimentação no domicílio, 0,59% em bens industriais e 0,34% nos serviços. Em higiene pessoal, a projeção é de 2% de aumento, item que caiu 1% em novembro, devolvendo preços após as promoções de Black Friday. “A gente segue observando um arrefecimento pouco a pouco da taxa em bens industriais, nesse repique pontual por conta da volta da Black Friday, mas a história segue sendo, com leitura após leitura, de indicativo de queda lenta dessa parte. O que nos preocupa a médio prazo é a alta nos serviços, processo um pouco mais lento e persistente”, reforça Felipe Kotinda, economista do Santander.

O banco Itaú (BVMF:ITUB4) projeta alta mensal de 0,46% em dezembro, levando a taxa anualizada a 5,6%. O Itaú concorda que a leitura será pressionada por bens industriais, principalmente em itens de higiene pessoal e alimentação em casa. No entanto, o Itaú acredita que os núcleos de inflação devem apresentar alívio na margem.

A XP (BVMF:XPBR31), por sua vez, acredita também em uma variação mensal de 0,46%, com indicador de 5,6% no acumulado para 12 meses.

Julia Braga, professora de economia da Universidade Federal Fluminense (UFF), afirma que a inflação de 2022 foi resultado de choque muito forte nos preços de bens básicos, como alimentos e energia, nesses últimos dois anos. “É natural que isso acabe afetando todos os outros preços da economia, pelos efeitos que tem sobre a cadeia produtiva e a necessidade de recomposição das margens de lucro e, parcialmente, dos salários. É assim como uma onda que foi se propagando, mas ao mesmo tempo perdendo força, e chegou finalmente no setor de serviços, como aconteceu no segundo semestre de 2022”, compara.

Braga avalia que a inflação só não foi mais alta em 2022 devido às desonerações sobre os impostos que incidem nos combustíveis. “Para 2023 há uma expectativa de que esse movimento dos preços administrados seja revertido, já que itens como plano de saúde, tarifas de ônibus e energia elétrica são reajustadas anualmente com base na inflação passada. Além disso, já está prevista a reversão da desoneração do ICMS sobre os combustíveis”, pondera.

Perspectivas para 2023

Em 2023, a meta de inflação está estipulada em 3,25%, com intervalo de tolerância entre 1,75% e 4,75%.

Para Braga, essa é uma meta muito ambiciosa para um país emergente como o Brasil, tornando necessária que a taxa Selic seja extremamente elevada por um período prolongado para alcançar esse objetivo.

Ao avaliar o balanço de riscos inflacionários, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central promove variações na taxa básica de juros, a Selic, visando o controle monetário e alinhamento das expectativas. Quando a autoridade monetária sobe os juros, a tendência é de promover um freio na demanda, encarecendo o crédito, o consumo e a produção, o que pode impactar negativamente na atividade econômica e no indicador de desemprego, mas tende a diminuir a pressão nos preços, por outro lado. A próxima reunião está marcada para os dias 31 de janeiro e 1 de fevereiro de 2023 e a expectativa da Guide e do Santander é que a Selic fique mantida em 13,75% e inicie o ciclo de cortes em agosto.

A professora acredita que é difícil projetar precisamente quando os juros devem começar a cair, levando em consideração as incertezas no cenário internacional. Mas Braga destaca que há alguma probabilidade de que a autoridade monetária possa começar discretamente a redução em algum momento de 2023. “Se o Banco Central do Brasil se antecipar ao fim do aperto do FED isso tende a pressionar a taxa de câmbio, o que atrapalha o processo de desinflação. Vai depender também do que vai acontecer com os preços dos combustíveis (a política de preços da Petrobras (BVMF:PETR4) e quando haverá reoneração dos tributos federais)”, completa.

Para Pacheco, a perspectiva de queda de inflação a nível global, em especial no preço das commodities, deve afetar os resultados no ano que vem. Além disso, a manutenção das isenções dos impostos federais ajudará a liminar o IPCA nos meses de janeiro e fevereiro. A Guide estima uma IPCA de 5,20% para 2023 e o Santander de 5,5%.

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