Investing.com – A inflação cheia medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) nos Estados Unidos variou 0,1% em março, abaixo do valor esperado de 0,2% e dos 0,4% dos dados revisados do mês anterior. Com isso, a inflação na base anual ficou em 5%, abaixo da projeção de 5,2% e dos 6% anteriores, segundo informações divulgadas nesta quarta-feira, 12.
Já o núcleo da inflação dos EUA subiu 0,4% em março, conforme esperado e abaixo dos 0,5% revisados do mês anterior. Na variação anual, o núcleo do IPC atingiu 5,6%, conforme projetado, acima dos 5,5% anteriores. O núcleo do IPC exclui preços voláteis, como commodities e alimentos.
O dólar despencava após a divulgação do dado de inflação nos EUA. Cotada a R$ 4,99 antes do dado, a moeda americana recuava 0,76% a R$ 4,9691 às 09h31.
O apetite ao risco acelerou os índices futuros no Brasil e nos EUA. O Ibovespa Futuros passou subir de 1,9% para 2,49% a 109.416 pontos.
Nos EUA, os índices futuros de Wall Street, que operavam mistos antes dos dados de inflação, passaram a subir com força. Os índices Dow Jones Futuros, S&P 500 Futuros, Nasdaq 100 Futuros e Russell 2000 Futuros avançavam respectivamente 0,69%, 0,88%, 1,11% e 1,14%.
Números abaixo do esperado para os preços na economia dos EUA significam que se confirma a expectativa de fim de avanço da taxa de juros pelo Fed está próxima do fim. O mercado projeta uma alta terminal de 25 pontos-base na reunião de 3 de maio do Fomc, para 5%-5,25%. Na avaliação dos membros do Fed, e mostrada nas projeções econômicas apresentadas em 22 de março, a tendência é que a taxa permaneça nesse nível elevado por bastante tempo, sem sinalização de afrouxamento.
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O índice de março foi o menor aumento mensal desde o período encerrado em maio de 2021, destaca William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue. “Entre os componentes, o índice de habitação continua preocupando e foi de longe o que mais contribuiu para o aumento mensal – 60% do aumento em 12 meses veio do segmento de habitação”.
Ainda que haja uma desaceleração, o núcleo do índice segue forte e está bem acima da meta de 2% ao ano, lembra Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank. “Ao observar a composição do núcleo do CPI, notamos que os preços dos bens continuam tendo baixa contribuição na inflação, enquanto a inflação de serviços segue pressionando o índice. A boa notícia é que a inflação de aluguéis começou a perder força, mas serviços em geral devem desacelerar lentamente em razão de um mercado de trabalho aquecido, que puxa os salários acima da produtividade”, afirma Rodrigues.