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Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - A alta do IPCA-15 registrou desaceleração em março e o índice se aproxima dos 5% em 12 meses, mas com a pressão exercida pela gasolina ainda compensando o aumento mais fraco dos preços de alimentos.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) registrou alta em março de 0,69%, depois de ter subido 0,76% em fevereiro, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.
A desaceleração do índice considerado prévia da inflação oficial, medida pelo IPCA, vem na esteira de avaliação do Banco Central de que expectativas de inflação desancoradas demandam maior atenção na condução da política monetária.
Com o alívio no avanço do índice, o IPCA-15 acumula em 12 meses até março alta de 5,36%, de 5,63% em fevereiro. A meta para a inflação este ano é de 3,25%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.
As expectativas em pesquisa da Reuters eram de altas de 0,65% no mês e de 5,30% em 12 meses.
A expectativa no mercado é de que a inflação deve permanecer elevada à frente, ainda que desacelerando de forma gradual.
"A inflação continua a recuar...graças ao efeito de um real relativamente estável, queda dos preços de matéria-prima, impacto da política monetária apertada e dificuldades da demanda doméstica", avaliou Andres Abadia, economista-chefe para América Latina da Pantheon Macroeconomics, prevendo queda da inflação para 3,5% em junho e fechando o ano a 5,8%.
Em março, oito dos nove grupos pesquisados apresentaram alta, com destaque para Transportes, responsável pela maior variação e o maior impacto no índice.
Os custos desse grupo subiram 1,50% em março, após variação positiva de 0,08% em fevereiro, diante do aumento de 5,76% nos preços da gasolina, subitem com maior impacto individual no índice do mês. O etanol também pressionou ao avançar 1,96%, de queda de 1,65% no mês anterior.
Por outro lado, Alimentação e bebidas subiu 0,20%, depois de alta de 0,39% em fevereiro. O movimento se deveu principalmente às quedas nos preços de produtos como batata-inglesa (-13,14%), tomate (-6,34%), cebola (-12,13%) e óleo de soja (-2,47%).
O único grupo a apresentar queda em março foi Artigos de residência, de 0,18%, com redução de 1,81% dos itens de TV, som e informática.
O Banco Central decidiu nesta semana manter a taxa Selic em 13,75% e não indicou um eventual afrouxamento à frente, o que voltou a irritar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O BC disse que irá "perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas".
"A despeito da surpresa benigna em março, os núcleos ainda operam bastante acima do teto do regime de metas, o que deve justificar a manutenção da Selic em 13,75% ao longo do ano - também milita por esse cenário a desancoragem das expectativas mais longas, que deve se manter inalterada mesmo após esse IPCA-15 de março", destacou Leonardo Costa, economista da ASA Investments.
A pesquisa Focus mais recente realizada pelo Banco Central junto ao mercado mostra que a expectativa é de que o IPCA encerre este ano com alta acumulada de 5,95%, indo a 4,11% em 2024.
Já o BC voltou a piorar suas projeções para os preços --em seu cenário de referência, as estimativas para a inflação estão em 5,8% para 2023 (contra 5,6% na reunião anterior) e 3,6% em 2024 (ante 3,4%).
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