FRANKFURT (Reuters) - A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, reconheceu na segunda-feira "sinais de moderação" no núcleo da inflação na zona do euro, mas reafirmou ser muito cedo para apontar um pico nesse indicador-chave do crescimento dos preços.
Os comentários de Lagarde provavelmente consolidarão as expectativas do mercado de mais aumentos nas taxas de juros do BCE neste mês e no próximo, apesar da queda acentuada da inflação no mês passado.
"Os últimos dados disponíveis sugerem que os indicadores de pressões inflacionárias subjacentes permanecem altos e, embora alguns mostrem sinais de moderação, não há evidências claras de que a inflação subjacente tenha atingido o pico", disse Lagarde aos parlamentares europeus.
A inflação nas 20 nações que usam o euro caiu para 6,1% em maio, de 7,0% em abril, e o núcleo dos preços, que exclui alimentos e combustíveis voláteis e é observado de perto pelo BCE, subiu 5,3%, de 5,6% no mês anterior.
Isso alimentou um debate sobre a necessidade de mais aumentos pela instituição além de uma alta já bem sinalizada em sua próxima reunião em 15 de junho, o que provavelmente levará o aumento total a inéditos 4 pontos percentuais em menos de 12 meses.
Lagarde admitiu que os efeitos de aumentos de juros anteriores "estão começando a se materializar" e provavelmente "se fortalecerão nos próximos anos".
Mas ela reafirmou a linha do BCE de que as taxas precisarão ser aumentadas novamente "para níveis suficientemente restritivos" para trazer a inflação para a meta de 2% e que "serão mantidas nesses níveis pelo tempo que for necessário".
(Reportagem de Francesco Canepa)