O Produto Interno Bruto (PIB) da Construção deve subir 2,3% em 2025. Se confirmado, isso representará uma desaceleração em relação aos 4,1% estimados para 2024. A projeção foi divulgada nesta segunda-feira, 16, pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
A economista da CBIC, Ieda Vasconcelos, disse que há uma expectativa de menor dinamismo da economia brasileira como um todo no ano que vem, marcada pela inflação superior ao teto da meta e pelo ciclo de subida de juros.
Na última semana, o Banco Central (BC) elevou a Selic para 12,25% ao ano e já indicou que tem pela frente mais duas altas de 1 ponto porcentual, colocando a Selic no patamar de 14,25% nos primeiros meses do ano que vem. "Vemos a alta da Selic como uma grande preocupação para 2025", afirmou Vasconcelos, durante entrevista coletiva à imprensa.
Por outro lado, há dados positivos no radar, como a manutenção do crescimento do número de pessoas empregadas, com aumento da renda e tendência de que a procura por imóveis siga consistente. "O setor imobiliário deverá continuar positivo", estimou a economista.
O destaque deve ser o Minha Casa Minha Vida (MCMV), que conta com juros regulados e que em níveis abaixo dos praticado pelas linhas de financiamento do mercado. Isso tende a garantir a capacidade de acesso da população à compra dos imóveis, citou.
Por sua vez, os empreendimentos de médio e alto padrão devem perder ritmo, uma vez que dependem de financiamento por meio de linhas de mercado cujos juros estão ficando mais altos.
Ela citou também que as obras de infraestrutura serão impulsionadas por investimentos privados já contratados, oriundos de concessões de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, por exemplo.
Já o consumo de materiais de construção deve ser afetado pelos juros mais altos, que inibem financiamento e devem acabar postergando boa parte das obras e reformas domésticas.