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Powell endossará discurso de política monetária menos rígida na próxima quinta?

Publicado 16.10.2023, 09:12
© Reuters.

Investing.com - O presidente do banco central dos Estados Unidos (Federal Reserve ou Fed), Jerome Powell, vai discursar no Clube Econômico de Nova York na próxima quinta-feira, 19, e o mercado ficará atento às suas palavras para saber se ele concorda com a visão de que alta recente dos juros dos títulos públicos americanos (treasuries) pode dispensar um novo aumento da taxa básica este ano.

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“Diante das declarações recentes de outros dirigentes do Fed, o mercado deseja saber se a cúpula do banco também acredita que juros mais altos, se persistirem, acabarão com a necessidade de um último aumento neste ano”, declarou o banco MUFG em um relatório.

Desde a reunião do Fed em setembro, a ideia de que os juros vão ficar altos por mais tempo dominou os mercados e provocou uma correção nos preços dos títulos. Uma forte venda de Treasuries fez os juros, principalmente dos títulos de 10 e 30 anos, chegarem aos maiores níveis em 20 anos.

A alta dos juros desses papéis, que a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, comparou recentemente a um aumento da taxa básica, aumentaria o risco de o Fed subir os juros demais e levar a economia à recessão.

Como Powell vai lidar com esses riscos “simétricos”? Na última entrevista coletiva do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) em setembro, Powell ressaltou o risco de aperto excessivo - ou seja, subir os juros muito além do nível “neutro” - como uma preocupação emergente.

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Diante disso, Powell declarou que o mais “prudente” seria “ir um pouco mais devagar” nos aumentos de juros, à medida que se aproxima do patamar neutro. Como muitos no Fed ainda defendem que o efeito das 11 altas de juros até agora ainda não apareceu totalmente na economia, a conveniência de ir mais devagar no aperto parece estar crescendo.

Uma postura mais cautelosa em relação à política monetária foi repetida nas últimas semanas por vários membros do Fomc.

“Parece que houve um esforço coordenado dos dirigentes do Fed, no sentido de mostrar mais preocupação com a alta abrupta dos juros nos EUA, que causou um aperto significativo nas condições financeiras no país, equivalente a uma ou duas altas de 0,25 ponto percentual pelo Fed”, completou o MUFG.

Essa mudança de tom dos membros do banco para uma posição menos restritiva ficou mais clara depois da divulgação da ata da reunião de política monetária de setembro, quando a “maioria dos participantes considerou que um aumento adicional na taxa básica de juros em uma reunião futura provavelmente seria adequado”.

Os mercados parecem estar apostando que o Fed parou sua atuação, com os contratos futuros de juros agora indicando menos de 30% de probabilidade de outra alta de juros este ano.

Os perigos potenciais de concordar com uma posição menos restritiva

Mas concordar com os colegas do Fed também gera riscos para Powell, na medida em que pode reforçar as apostas de que o ciclo de alta dos juros acabou, ofuscando a ideia do banco de que os juros vão ficar altos por mais tempo e potencialmente revertendo parte do aperto recente nas condições financeiras.

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“Se esses juros de longo prazo mais altos forem resultado das expectativas sobre o que vamos fazer, talvez precisemos acompanhar essas expectativas para manter esses juros”, afirmou o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, no começo desta semana.

As declarações de Kashkari servem como lembrete das reservas anteriores do Fed sobre o relaxamento “injustificado” das condições financeiras, especialmente se for motivado por uma percepção equivocada sobre sua reação.

Fed pode reconhecer taxas maiores das treasuries, porém não muito mais que isso

Powell pode, no entanto, minimizar a relevância da alta dos juros das treasuries, de acordo com o Scotiabank, atribuindo-a a uma série de “fatores transitórios”, como a emissão de títulos do Tesouro acima do previsto, ou o excesso de oferta.

O Tesouro dos EUA lançou uma enxurrada de títulos públicos para financiar um plano de endividamento de quase US$ 1,859 trilhão no segundo semestre de 2023, buscando recompor seus recursos que se esgotaram - depois de usar as reservas para manter o governo funcionando - após o impasse sobre o limite da dívida no começo deste ano.

Embora o risco potencial de uma paralisação do governo em meados de novembro possa exigir que o Tesouro capte mais recursos, Powell poderia argumentar que a velocidade com que o Tesouro está recompondo seus recursos vai diminuir com o tempo, reduzindo as pressões de oferta sobre os títulos públicos americanos que elevaram os juros.

Dependência a dados, manutenção da flexibilidade 

A experiência recente sugere que Powell provavelmente não vai sugerir que o Fed encerrou o ciclo de alta dos juros. Manter a previsão de um último aumento de 0,25 ponto este ano não só permitiu ao banco manter a flexibilidade na política monetária, como também ajudou a alinhar as expectativas do mercado, que até pouco tempo atrás contrariavam a ideia da instituição de que os juros ficariam altos por mais tempo em todas as ocasiões.

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Uma combinação de dados econômicos recentes pode dar suporte a Powell para reafirmar que o Fed vai ajustar a política monetária conforme os dados.

O núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI core) voltou a subir. O relatório de emprego de setembro veio melhor do que o esperado. E a economia, que Powell citou em setembro como motivo para o Fomc reduzir as projeções de queda da taxa básica de juros para duas, em vez de quatro, no ano que vem, continua forte.

“Este é o quinto trimestre seguido em que o crescimento do produto interno bruto (PIB) ficou acima do consenso do mercado, com a mediana para o terceiro trimestre em 3% na comparação trimestral”, afirmou o Scotiabank Economics em um relatório.

Com a reunião do Fed em 1º de novembro se aproximando, e os mercados já precificando uma pausa nos aumentos de juros, Powell deve buscar um equilíbrio em seus comentários, reconhecendo a alta recente dos juros dos Treasuries, mas indicando que é preciso mais tempo para verificar se eles vão se manter, ao mesmo tempo em que reforça a postura de dependência de dados do Fed.

Isso pode agradar tanto aos defensores de uma política monetária mais restritiva, que estão cada vez menos, quanto aos defensores de uma política monetária mais frouxa, permitindo ao Fed manter o rumo atual, em vez de mudar o discurso em um momento em que muitos concordam que será difícil alcançar a meta de inflação de 2%.

No fim do dia, a extensão do apoio de Powell a uma postura menos agressiva, ou não, pode depender de quanto o enrijecimento recente das condições financeiras aumentou o risco de uma desaceleração severa ou de algum problema na economia.

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O discurso de Powell está previsto para a próxima quinta-feira, 19 de outubro, a partir das 13 h, horário de Brasília.

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