Fique por dentro das principais notícias do mercado desta quarta-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 11.06.2025, 08:07
© Reuters

Investing.com – Os índices futuros das bolsas norte-americanas operam em leve queda nesta quarta-feira, refletindo a recepção cautelosa dos investidores ao novo acordo comercial entre Estados Unidos e China.

O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, afirmou que o entendimento soluciona preocupações relativas aos controles chineses sobre a exportação de metais de terras-raras — insumos considerados estratégicos para a indústria e defesa dos EUA —, embora os detalhes ainda permaneçam escassos.

A atenção dos mercados agora se volta para o índice de preços ao consumidor (IPC), leitura relevante para avaliar os efeitos inflacionários das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump.

No Brasil, em agenda econômica esvaziada, os investidores acompanham o desenrolar das medidas fiscais alternativas ao aumento do imposto sobre operações financeiras (IOF), após dados de inflação mais benignos ontem aumentarem a percepção de pico no atual ciclo de aperto monetário.

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1. Futuros em queda em Wall Street

Os índices futuros norte-americanos registravam variações negativas, em meio à recepção comedida ao novo pacto comercial entre as duas maiores economias do mundo.

A expectativa se concentra agora na divulgação do IPC dos EUA, indicador amplamente acompanhado por investidores para calibrar os efeitos das medidas tarifárias e o possível impacto sobre a condução da política monetária.

Às 8 h de Brasília, o contrato futuro do Dow Jones recuava 81 pontos (-0,2%), o S&P 500 cedia 15 pontos (-0,3%) e o Nasdaq 100 operava com queda de 53 pontos (-0,2%).

Na véspera, os principais índices de Wall Street encerraram o pregão em terreno positivo, com destaque para a alta nas ações da Tesla (NASDAQ:TSLA). A Alphabet (NASDAQ:GOOGL) também avançou, após reportagens indicarem que a OpenAI, desenvolvedora do ChatGPT, poderá utilizar os serviços de nuvem do Google.

2. EUA e China fecham acordo comercial "quadro"

Washington e Pequim firmaram um novo entendimento preliminar, tentando restaurar o diálogo comercial após encontros intensos realizados em Londres.

Segundo Howard Lutnick, o novo compromisso visa dar continuidade ao acordo anterior, assinado em Genebra no mês passado. Embora tenha trazido algum alívio às tensões comerciais, aquele pacto inicial foi considerado frágil por analistas.

Na declaração desta quarta-feira, Lutnick afirmou que houve um avanço na questão da limitação chinesa ao fornecimento de metais estratégicos aos EUA. O secretário mencionou ainda que as contramedidas norte-americanas seriam revertidas de forma “equilibrada”, embora tenha evitado detalhar os próximos passos.

O vice-ministro do Comércio chinês, Li Chenggang, também confirmou que um acordo de estrutura básica foi estabelecido e aguarda agora o aval dos líderes Donald Trump e Xi Jinping.

De acordo com analistas do ING, “as conversas sino-americanas em Londres resultaram em planos para restaurar o fluxo de bens sensíveis, mas ainda não representaram uma virada decisiva”.

3. Inflação norte-americana em foco

No calendário desta quarta-feira, a atenção se volta ao índice de preços ao consumidor, termômetro importante para se avaliar o impacto das tarifas comerciais sobre os preços e, por extensão, as possíveis respostas do Federal Reserve.

A projeção é que o IPC anualizado avance para 2,5%, frente aos 2,3% do mês anterior. No recorte mensal, espera-se repetição do ritmo de 0,2%. Já o núcleo do índice, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, deve mostrar alta de 2,9% em 12 meses e 0,3% na base mensal.

Apesar de Trump ter adiado a aplicação de tarifas mais rígidas à maioria dos parceiros comerciais, continuam em vigor tarifas gerais de 10%, além de sobretaxas sobre produtos como aço e alumínio. Economistas têm destacado que a alíquota tarifária média dos EUA se elevou substancialmente desde o retorno do ex-presidente ao poder em janeiro.

As medidas protecionistas têm potencial para pressionar a inflação e restringir o dinamismo econômico. Em meio a esse cenário de incerteza, o Fed optou recentemente por manter as taxas de juros estáveis, e as apostas de mercado não precificam cortes antes de setembro.

4. Petróleo sobe

Os preços do petróleo subiam nesta quarta-feira, em meio à leitura do novo acordo comercial entre EUA e China e à espera do relatório oficial sobre os estoques norte-americanos.

No momento da redação, o contrato do Brent subia 1,26%, cotado a US$ 67,71 por barril, enquanto o WTI (West Texas Intermediate) avançava 1,51%, sendo negociado a US$ 65,96 por barril.

Na sessão anterior, ambos os benchmarks atingiram os níveis mais altos desde abril.

A perspectiva de maior fluidez no comércio bilateral contribui para reduzir preocupações com a demanda global, o que sustenta os preços do petróleo.

O relatório semanal da Administração de Informação de Energia dos EUA está programado para mais tarde nesta sessão, após dados preliminares do American Petroleum Institute indicarem recuo de 370 mil barris nos estoques de petróleo bruto na última semana.

5. Política fiscal no Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou na terça-feira que o governo irá propor uma alíquota unificada de 17,5% de Imposto de Renda sobre rendimentos de aplicações financeiras, excluindo os investimentos incentivados, bem como o aumento da tributação sobre Juros sobre Capital Próprio (JCP) de 15% para 20%.

As medidas, enviadas à Casa Civil, visam compensar a revisão do decreto que elevou o IOF sobre operações de antecipação de recebíveis no comércio (“risco sacado”) e também incluem tributação sobre títulos atualmente isentos, apostas online e instituições financeiras.

Na visão do ministro, as propostas são estruturais, voltadas à justiça tributária, e devem contribuir para a redução do dólar e dos juros, além de reforçar o cumprimento das metas fiscais de 2025 e 2026.

Ontem, a alta do Ibovespa de 0,54%, a 136.436,07 pontos, foi sustentada pela divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio, que veio abaixo do esperado (0,26% ante estimativa de 0,33%), sinalizando uma desaceleração da inflação e reforçando as apostas de que o banco central poderá manter ou até reduzir a Selic, atualmente em 14,75%.

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