Taxas futuras recuam com impasse comercial entre Brasil e EUA e falas de Galípolo no radar
NOVA YORK (Reuters) - Os contratos futuros do café arábica subiram nesta quinta-feira, com o mercado concentrado na imposição pelos EUA de uma tarifa de 50% sobre todas as importações do Brasil, enquanto os preços do cacau e do açúcar caíram.
CAFÉ
* O café arábica subiu 3,75 centavos de dólar, ou 1,3%, a US$2,878 por libra-peso, com as tarifas dos EUA sobre seu principal fornecedor de café, o Brasil, que devem levar a uma disputa de curto prazo por suprimentos no maior consumidor do mundo.
* No entanto, os negociantes disseram que o impacto de longo prazo poderia ser de baixo, já que as tarifas têm o potencial de reduzir a demanda.
* O café robusta caiu 4,3%, para US$3.320 a tonelada métrica. Anteriormente, havia atingido uma mínima de um ano de US$3.287/tonelada.
* O dólar americano mais forte, o real brasileiro mais fraco, o clima favorável recente e previsto no Brasil e as colheitas em andamento formam um cenário "baixista", disse o Rabobank em uma nota.
* Os preços do café no Vietnã caíram ainda mais esta semana, em meio a uma atividade comercial fraca, já que a temporada de colheita está chegando ao fim e os estoques globais de grãos se recuperam com a oferta da Indonésia e do Brasil, disseram traders na quinta-feira.
SUCO DE LARANJA
* Os contratos futuros do suco de laranja congelado e concentrado fecharam em alta de 6% na ICE, para 263,85 centavos de dólar por libra-peso, um dia depois do anúncio das tarifas pelo presidente Trump, uma vez que grande parte do produto consumido nos EUA vem do Brasil, maior exportador global.
Ainda nesta quinta-feira a bolsa ICE anunciou aumento do limite diário de negociação para todos os contratos, para 25 centavos de dólar por libra-peso, a partir de sexta-feira.
CACAU
* O cacau em Londres caiu 248 libras, ou 4,5%, para 5.294 libras por tonelada, eliminando os ganhos da sessão anterior.
* Os comerciantes disseram que havia preocupações no mercado de que os dados de moagem do segundo trimestre mostrassem uma erosão contínua da demanda devido a um aumento acentuado dos preços nos últimos dois anos.
AÇÚCAR
* O açúcar bruto recuou 0,3 centavo, ou 1,8%, fechando a 16,26 centavos de dólar por libra-peso.
* Os comerciantes, em sua maioria, ignoraram a ameaça de tarifa de 50% de Trump sobre o Brasil, dizendo que o país não vende muito para os EUA.
* O açúcar branco caiu 1,4%, a US$485,80 por tonelada.
* A Suedzucker da Alemanha, maior produtora de açúcar da Europa, registrou uma queda de 85% no lucro operacional trimestral, prejudicada pelos baixos preços do açúcar na UE, segundo dados divulgados nesta quinta-feira.
(Reportagem de Nigel Hunt e Marcelo Teixeira)