Investing.com - Após um lote recente de dados econômicos decepcionantes nos EUA, o relatório de empregos de fevereiro é o principal evento para os mercados na próxima semana, com os investidores buscando mais dicas sobre a força da economia.
Esta semana também é recheada com algumas aparições de autoridades do Federal Reserve, Federal Reserve, incluindo o presidente Jerome Powell.
Em balanços, há uma série de grandes varejistas, como a Target (NYSE:TGT), divulgando os resultados na última grande semana da temporada de resultados do quarto trimestre.
Na Europa, os mercados estão de olho na reunião de política monetária do Banco Central Europeu para obter mais orientações sobre quando o banco central planeja começar a aumentar as taxas de juros.
Já na Ásia, a China está preparada para divulgar seus dados sobre o crescimento mensal, que serão atentamente observados. Os investidores vão estudar os dados para ver se o conflito comercial em curso com os EUA teve algum impacto nas exportações e importações em fevereiro.
Antes da próxima semana, o Investing.com compilou uma lista dos cinco maiores eventos do calendário econômico com maior probabilidade de afetar os mercados.
1. Relatório de Empregos dos EUA
O Departamento de Trabalho liberará o relatório de folha de pagamento não-agrícola para fevereiro às 10h30 na sexta-feira.
O consenso das projeções é de que os dados mostrarão que houve acréscimo de 180.000 empregos no mês na sequência do aumento de 304.000 posições em janeiro, ao passo que a taxa de desemprego tem projeções de cair de 4,0% para 3,9%.
Entretanto, a maior parte das atenções provavelmente se voltará aos números relativos à média de ganhos por hora, que devem ter subido 3.3% em relação ao ano anterior, um pouco mais rápido do que o aumento de 3,2% registrado em janeiro.
O calendário desta semana também apresenta a pesquisa ISM sobre a atividade do setor de serviços, bem como relatórios sobre vendas novas de casas, licenças de construção e gastos com construção.
Um lote de dados econômicos abaixo do esperado, incluindo as vendas no varejo e a atividade industrial, ressaltaram as expectativas de um momento de crescimento mais fraco no primeiro trimestre. O modelo GDPNow do Federal Reserve de Atlanta mostrou uma estimativa de apenas 0,3% para os primeiros três meses de 2019.
2. Discursos de membros do Fed
Alguns discursos de membros do Fed chamarão a atenção do mercado nesta semana, já que investidores buscam mais indicações sobre as taxas de juros.
No topo da agenda estarão as observações do presidente do Fed, Jerome Powell, que falará sexta-feira sobre a normalização da política monetária no encontro do Instituto de Stanford para Pesquisa da Política Econômica, na Califórnia, às 22h00.
Na semana passada, Powell repetiu o recente mantra do banco central de prometer paciência diante de sinais econômicos conflitantes e da inflação moderada.
Discursos do Presidente do Fed de Nova Iorque John Williams (NYSE:WMB), Presidente do Fed de Boston Eric Rosengren, Presidente do Fed de Cleveland Loretta Mester, e do governador do Fed Lael Brainard também estarão em foco.
O Fed também libera seu livro bege, uma coleção de episódios relativos à economia de cada um dos 12 distritos do Fed, na quarta-feira.
Depois que o Fed subiu as taxas quatro vezes em 2018, os investidores agora esperam que o banco central suspenda sua política de aperto monetário este ano com riscos crescentes para a economia americana.
3. Temporada de resultados desacelera
A temporada de vencimentos do quarto trimestre diminuiu, mas são esperados os resultados de vários varejistas na próxima semana, com a maior parte do foco caindo sobre Target, que deve divulgar seus dados terça-feira de manhã.
Outros varejistas notáveis relatando esta semana incluem Kohl's (NYSE:KSS), Urban Outfitters (NASDAQ:URBN), Ross Stores (NASDAQ:ROST), Abercrombie & Fitch (NYSE:ANF), American Eagle Outfitters (NYSE:AEO), Burlington Stores (NYSE:BURL), BJ's Wholesale Club (NYSE:BJ), Costco (NASDAQ:COST), Kroger (NYSE:KR), e Dollar Tree (NASDAQ:DLTR).
Os lucros da Salesforce (NYSE:CRM) também estão na agenda.
4. Reunião de política monetária do Banco Central Europeu
Diante de uma séria desaceleração do crescimento econômico da zona do euro, é praticamente certo que o BCE mantenha as taxas de juros em seus atuais níveis baixos recordes na conclusão de sua reunião de política monetária às 14h45 (horário de Brasília) na quinta-feira.
Mario Draghi, presidente da instituição, participará de uma entrevista coletiva 45 minutos após o anúncio da taxa de juros que será observada de perto uma vez que investidores buscam mais indicações sobre quando o banco central planeja começar a elevar os custos de crédito.
O BCE também divulgará previsões atualizadas de crescimento e projeções econômicas.
Depois de encerrar seu programa de compra de ativos em dezembro, os mercados esperavam que o BCE seguisse com um aumento da taxa no quarto trimestre de 2019. Mas uma enxurrada de dados fracos sugerindo que o crescimento diminuiu levou os investidores a reduzir as expectativas de um aumento da taxa para o segundo semestre do ano que vem.
Diante da desaceleração e das persistentes tensões de financiamento, os bancos pediram ao BCE para relançar sua Operação de Refinanciamento de Longo Prazo (TLTROs).
5. Balança comercial da China
A China deverá divulgar os números da balança comercial de fevereiro na manhã de sexta-feira.
O relatório deve mostrar que o superávit comercial do país recuou para US$ 25,5 bilhões comparado aos US$ 39,2 bilhões no mês passado.
Prevê-se que as exportações caíram 4,5% em comparação ao ano anterior, enquanto se espera que as importações tenham diminuído 1,4%.
Dados recentes mostraram que a economia da China ainda está perdendo força, depois que o crescimento no ano passado se reduziu para uma baixa de quase 30 anos, destacando as conseqüências da disputa comercial atual entre EUA e China.
- Reuters contribuiu com esta reportagem