Investing.com - A esperança por progressos na guerra comercial entre EUA e China continuará definindo o clima nos mercados nesta semana, depois que as duas maiores economias do mundo concordaram no sábado em reiniciar as negociações.
Os investidores também estarão aguardando os dados do relatório de empregos dos EUA para junho divulgados na sexta-feira, em uma semana encurtada em Wall Street. Os mercados americanos estarão fechados para o Dia da Independência na quinta-feira e fecharão mais cedo na sexta-feira.
Enquanto isso, a Opec deve se reunir no início desta semana e deve ampliar os cortes na produção de petróleo depois que uma negociação entre a Rússia e a Arábia Saudita, no fim de semana, abriu o caminho para um acordo.
Aqui está o que você precisa saber para começar sua semana.
1. Negociações Comerciais
Os Estados Unidos e a China concordaram no sábado em reiniciar as negociações comerciais após o presidente Donald Trump oferecer concessões, incluindo novas tarifas e uma flexibilização das restrições à empresa de tecnologia Huawei, a fim de reduzir as tensões com Pequim.
Nenhum prazo foi estabelecido para o progresso de um acordo, e os dois lados permanecem sem definições sobre partes significativas das conversas. A última grande rodada de negociações entrou em colapso em maio.
Os mercados financeiros, que foram abalados pela guerra comercial de quase um ano, devem se animar com a trégua. Washington e Pequim impuseram tarifas sobre bilhões de dólares das importações de cada um, ameaçando frear uma economia global que já está em desaceleração. Essas tarifas permanecem em vigor enquanto as negociações são retomadas.
2. Dados econômicos dos EUA
O relatório de emprego dos EUA de junho, o Payroll, que deve ser divulgado na sexta-feira, provavelmente irá influenciar a decisão do Federal Reserve sobre as taxas de juros em sua próxima reunião no final de julho.
Espera-se que a economia tenha criado empregos de 164.000 em junho, enquanto as taxas de juros futuros indicam 100% de chance de um corte de 25 pontos-base em 31 de julho.
Mas os investidores podem estar se adiantando. O presidente do Fed, Jerome Powell, recuou da pressão sobre o corte de juros e a economia parece robusta - o desemprego, em 3,6%, está em seu nível mais baixo em meio século e provavelmente se manteve assim em junho.
Outros dados notáveis no calendário econômico incluem as últimas pesquisas do Instituto para Gestão do Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) dos EUA. Elas cobrem a atividade do setor industrial e de serviços e um relatório sobre encomendas à indústria e comércio.
3. Discursos do Fed
O vice-presidente do Fed, Richard Clarida, deve falar na segunda-feira. No início deste mês, ele disse que o banco central está preparado para reduzir as taxas de juros, se necessário, mas observou que as perspectivas gerais para a a economia dos EUA permanece positiva.
O presidente do Fed de Nova York John Williams deve participar de um painel de discussão sobre as perspectivas da política econômica e monetária global em Zurique na terça-feira.
A presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, membro não-votante do Comitê Federal de Mercado Aberto, deve fazer comentários em um evento separado no mesmo dia.
4. Reunião da Opep
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo se reunirá em Viena na segunda-feira e se reunirá com os países não membros da Opep (chamados de Opep+) na terça-feira para discutir o acordo sobre corte da produção de petróleo de 1,2 milhão de barris por dia, que deverá expirar no domingo.
Mas o anúncio feito no sábado pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, de que ele e o príncipe Mohammed Bin Salman, da Arábia Saudita, concordaram em estender o atual acordo de produção, tornou a reunião quase protocolar.
O impacto que qualquer decisão terá também é discutível. A produção de petróleo nos EUA bateu um recorde de 11 milhões de barris por dia em 2018 e está a caminho de atingir 12,4 milhões de barris por dia este ano, de acordo com a Administração de Informações sobre Energia dos EUA (EIA, na sigla em inglês), compensando os cortes de produção da Opep.
A referência internacional, o petróleo Brent subiu mais de 25% desde o início do ano, mas ainda permanece abaixo dos níveis de 2018.
5. PMIs do Reino Unido
Pesquisas dos setores industrial, de serviços e da construção do Reino Unido devem indicar que o crescimento no segundo trimestre será mais ou menos estável, o que diminuirá as chances de um aumento da taxa pelo Banco da Inglaterra este ano.
Grande parte dessa situação está sendo impulsionada pela fraqueza nas indústrias, onde novos pedidos e a produção estão caindo e as empresas estão estocando a fim de se preparar para a perspectiva de um Brexit sem acordo.
“Isso deve gerar outro PMI industrial sub-50, embora as coisas não pareçam espetaculares no setor de serviços também. Com a incerteza do Brexit crescendo durante o verão, achamos que é improvável que o Banco da Inglaterra aumente as taxas este ano”, disse o ING.
- Reuters contribuiu com esta reportagem