Investing.com - O Federal Reserve deverá manter sua política monetária inalterada hoje ao fim de sua reunião, segundo grande maioria dos analistas do mercado. Os investidores, contudo, mantêm suas atenções voltadas para o comunicado do banco divulgado às 15h para antecipar a política que será adotada no segundo semestre.
Sem a alteração de projeções econômicas ou entrevista coletiva de Janet Yellen após a reunião, o comunicado será lido e relido diversas vezes pelos analisas de olho mudanças sutis no texto que indicariam um possível aumento de juros nos próximos meses ou o início da redução do balanço de US$ 4,5 trilhões.
O Fed comprou títulos do tesouro norte-americano e títulos hipotecários por seis anos em um programa conhecido como quantitative easing, que manteve juros em níveis mínimos recordes para estimular o crédito e o crescimento econômico.
O Fed disse que interromperia as altas de juros com o início do programa de redução do balanço, pois criaria uma dinâmica de maior pressão sobre as taxas. Neste ano o banco já elevou juros em duas reuniões para o patamar atual de 1%-1,25% e os dirigentes vem reforçando o planejamento de mais uma alta até dezembro, ainda não precificado pelo mercado.
Analistas do Morgan Stanley (NYSE:MS) acreditam que o comunicado do Fed deverá indicar que o banco deverá começar a normalização do balanço em breve, gerindo as expectativas para um anúncio em setembro. Em relatório, os especialistas apontam que o Fed deverá elevar as taxas em dezembro após uma “dolorosa espera” para os Mercado.
De acordo com o Monitor da Taxa de Juros do Fed do Investing.com, as apostas em uma nova alta neste ano têm ficado cada vez menores, com somente 35% do mercado acreditando no movimento.
A expectativa de uma inflação mais baixa provocou dúvidas se o Fed será capaz seguir em seu plano de realizar uma terceira alta neste ano.
A inflação anual dos EUA cedeu para 1,6% em junho, o menor nível desde outubro do ano passado, em uma sequência de enfraquecimento do índice desde o pico de 2,7% em fevereiro.
O crescimento econômico também não acelerou como o previsto e agora deverá ser apenas modesto, no melhor cenário, neste ano e no próximo.
O Fed deverá manter seu planejamento de atingir os 2% de inflação, mas pode reconhecer que deverá demorar mais do que o anteriormente projetado.
O banco deverá elevar suas previsões de crescimento do mercado de trabalho, mas também reconhecer que a inflação enfraqueceu, segundo analistas do Goldman Sachs. Em relatório, os especialistas também apostam em um anúncio sobre a normalização do balanço após a reunião de setembro.
Neste ano, os analistas do Goldman acreditam em uma probabilidade de 5% de um aumento de taxas em setembro e novembro e de 50% em dezembro, o que somaria 60% de chance de alta neste ano.
Enquanto isso, analistas do Royal Bank of Canada disseram que o comunicado só deverá conter ajustes modestos no cenário traçado pelo Fed e nenhuma mudança no tom da política monetária.
Em relação ao balanço, os analistas do banco canadense não acreditam em anúncio nesta reunião do Fed, e acreditam em um comunicado mais claro em setembro, com uma alta de juros em dezembro.