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Investing.com – Os índices futuros das bolsas dos EUA operam em leve queda nesta sexta-feira, em meio à cautela dos mercados diante da divulgação de dados relevantes de inflação e da repercussão das novas ameaças tarifárias do presidente norte-americano, Donald Trump.
Em paralelo, o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, afirmou que todas as opções estão sobre a mesa para responder às tarifas e declarou que a relação econômica mutuamente benéfica com os EUA chegou ao fim.
No Brasil, mais números de inflação serão avaliados pelos investidores.
1. Futuros americanos em baixa
Os futuros das bolsas americanas operam no vermelho nesta sexta-feira, com os investidores avaliando o impacto das novas medidas tarifárias de Trump e aguardando os dados de inflação.
Às 7h50 de Brasília, os futuros do Dow Jones caíam 0,01%, os do S&P 500 recuavam 0,04% e os do Nasdaq 100 perdiam 0,11%.
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Os principais índices de Wall Street fecharam em queda no pregão anterior, ainda que tenham reduzido parte das perdas após o anúncio de Trump na quarta-feira à tarde sobre tarifas de 25% para o setor automotivo.
Trump declarou que as tarifas sobre carros e picapes importados entram em vigor em 3 de abril, enquanto as tarifas sobre autopeças passam a valer em 3 de maio. A medida antecede a possível divulgação, na próxima semana, de um pacote separado de tarifas recíprocas.
“[...] os investidores ainda [...] confiam que, no final, a agenda comercial não será tão severa quanto parece agora”, disseram analistas da Vital Knowledge em nota a clientes.
Na agenda econômica, o mercado acompanha hoje a divulgação de um indicador de inflação amplamente monitorado pelo Federal Reserve.
A projeção para o índice cheio de preços de gastos com consumo (PCE) de fevereiro é de repetição dos resultados de janeiro, tanto na comparação anual quanto mensal.
Já o núcleo do índice, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, deve acelerar levemente na base anual, mantendo o ritmo mensal do mês anterior.
A divulgação ocorre em meio à preocupação crescente de que a agenda comercial mais agressiva de Trump — que inclui tarifas contra aliados e rivais — possa reacender pressões inflacionárias e afetar negativamente a atividade econômica.
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), responsável pela taxa básica de juros dos EUA, decidiu manter os juros estáveis em sua última reunião, citando incertezas em relação à política econômica de Trump. Ainda assim, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que a economia americana segue em uma posição “sólida”.
2. Carney sobre resposta canadense às tarifas de Trump
O Canadá vai aguardar até a próxima semana para anunciar sua resposta às novas ameaças tarifárias de Trump, segundo o primeiro-ministro Mark Carney, que destacou que nenhuma medida está descartada.
As novas tarifas para o setor automotivo não incluem exceções para Canadá ou México — dois países com papel estratégico na cadeia produtiva de veículos na América do Norte e que haviam assinado um acordo comercial com Trump durante seu primeiro mandato.
Em coletiva na quinta-feira, Carney afirmou que o Canadá “responderá com medidas retaliatórias que terão impacto máximo nos EUA e impacto mínimo no Canadá”.
Ele acrescentou, no entanto, que os laços econômicos e comerciais de longa data entre os dois países chegaram ao fim, sinalizando que tempos difíceis podem estar por vir para os canadenses.
A economia canadense depende fortemente das exportações para os EUA, o que a torna especialmente vulnerável a uma escalada da guerra comercial com seu principal parceiro.
3. Ouro atinge máxima histórica
O preço do ouro renovou sua máxima histórica no pregão asiático desta sexta-feira, dando sequência ao movimento recente de valorização, à medida que o anúncio das tarifas de Trump sobre o setor automotivo elevou a busca por ativos de proteção.
Investidores também se posicionam para a divulgação do índice PCE.
O metal precioso acumula fortes ganhos em março, impulsionado pela deterioração do apetite por risco em meio aos receios com as tarifas e a possibilidade de recessão nos EUA. Tensões geopolíticas envolvendo Rússia e Ucrânia, além da ruptura do cessar-fogo entre Israel e Hamas, também sustentam a demanda por ouro.
O ouro à vista subia 0,5%, cotado a US$ 3.073,52 por onça-troy, enquanto os contratos futuros com vencimento em maio avançavam 0,7%, a US$ 3.112,74 por onça.
4. Petróleo caminha para terceira semana de alta
Os preços do petróleo operam em leve queda nesta sexta-feira, mas ainda acumulam a terceira semana consecutiva de valorização, sustentados por expectativas de aperto na oferta global.
Os contratos futuros do Brent recuavam 0,5%, a US$ 72,99 por barril, enquanto o WTI cedia 0,4%, negociado a US$ 69,62.
Ambos os benchmarks atingiram máxima de três semanas na terça-feira e acumulam alta superior a 2% na semana, impulsionados por ameaças de tarifas dos EUA a países que compram petróleo e gás da Venezuela, além da queda nos estoques americanos.
Os contratos de petróleo já acumulam valorização superior a 7% desde as mínimas registradas no início de março.
5. IGP-M no Brasil
O mercado local repercutirá hoje os números de inflação medidos pelo IGP-M, da Fundação Getulio Vargas, indicador mais sensível a variações cambiais e pressões de preços aos produtores, razão pela qual é bastante utilizado para reajustes em contratos de aluguel, tarifas de serviços públicos e planos de saúde.
Na última divulgação, o IGP-M registrou alta de 1,06% para o mês de fevereiro, superando levemente as expectativas do mercado e acumulando avanço de 8,44% em 12 meses.
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No último boletim Focus, os economistas projetaram que o IGP-M de 2025 ficará em 5,62%.
Ontem, o mercado reagiu à desaceleração do IPCA-15, visto como uma “prévia” da inflação oficial ao consumidor. O indicador subiu 0,64% em março, contra uma alta de 1,23% em fevereiro, ficando abaixo das expectativas dos economistas.
Analistas apontaram, como fatores positivos, a desaceleração nos núcleos de inflação, o que pode indicar menor pressão inflacionária no curto prazo, bem como a redução do índice de difusão de preços em relação a fevereiro.
Ainda assim, em 12 meses, o índice segue em níveis elevados e acima do teto da meta do banco central, a 5,26%.
Outro destaque de ontem foram as declarações do presidente do banco central, Gabriel Galípolo, durante a apresentação do Relatório de Política Monetária.
Sobre os impactos na inflação do novo programa de crédito consignado do governo federal, Galípolo afirmou que ainda é cedo para fazer tal avaliação, mas sugeriu que, por responder melhor à Selic, esse tipo de crédito poderia acabar se revelando positivo para a política monetária.
As apostas do mercado seguem divididas, com aumento nas chances de um novo ajuste de 75 pontos-base na Selic em maio.