Governo Lula diz que soberania é inegociável após Trump confirmar taxas
Por Renee Hickman
CHICAGO (Reuters) - Os futuros de milho e trigo dos Estados Unidos caíram nesta sexta-feira diante de ajustes de fim de mês, enquanto a soja se manteve praticamente estável e o óleo de soja subiu mais de 2% em um pregão volátil, em meio à incerteza contínua sobre os planos tarifários do presidente norte-americano, Donald Trump.
Os futuros do milho de referência na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) encerraram em queda de 8,25 centavos de dólar, a 4,82 dólares por bushel, e o trigo fechou com queda de 7 centavos, a 5,595 dólares por bushel.
O contrato de soja mais ativo na CBOT caiu 2 centavos de dólar, fechando a 10,42 dólares por bushel, enquanto o óleo de soja subiu 1,13 centavo, ou cerca de 2,5%, para 46,11 centavos de dólar por libra-peso.
Os futuros do milho e da soja foram pressionados, e os futuros de óleo de soja caíram brevemente após a notícia de que o governo Trump implementaria tarifas sobre o Canadá e o México a partir de 1º de março.
Mas os futuros de óleo de soja na CBOT dispararam após a Casa Branca anunciar que os EUA imporiam tarifas de 25% sobre o Canadá e o México, além de 10% sobre a China, no sábado.
"Negociar grãos nos próximos quatro anos vai deixar cabelos grisalhos ainda mais brancos com o estresse das manchetes", disse Terry Reilly, estrategista agrícola sênior da Marex.
Analistas afirmam que as tarifas prometidas por Trump podem provocar retaliações dos países afetados e guerras comerciais, prejudicando os mercados de exportações agrícolas dos EUA.
Trump afirmou que as tarifas entrariam em vigor se o Canadá e o México não impedissem o fluxo de migrantes ilegais e da droga fentanil para os EUA.
Antes dos acontecimentos envolvendo tarifas nesta sexta-feira, os futuros de soja estavam firmes, assim como o óleo de soja, disse Karl Setzer, sócio da Consus Ag Consulting, com o óleo de canola do Canadá sob ameaça de tarifas.
A incerteza sobre as tarifas deslocou a atenção da questão climática na América do Sul, que tem dado suporte aos futuros de milho e soja nos últimos dias, já que a seca afetou a Argentina e as chuvas atrasaram a colheita no Brasil.
(Por Renee Hickman em Chicago; reportagem adicional de Gus Trompiz em Paris e Naveen Thukral em Cingapura)