CINGAPURA (Reuters) - Os contratos futuros de minério de ferro na Bolsa de Dalian registraram nesta terça-feira sua maior queda diária em quase dois anos, com dados econômicos desanimadores da China obscurecendo as perspectivas de demanda, enquanto a oferta global firme também pesou sobre os preços.
O contrato de janeiro de minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com perda de 4,74%, a 703,5 iuanes (98,87 dólares) a tonelada, registrando sua maior queda desde 31 de outubro de 2022.
O contrato caiu até 700,0 iuanes no início da sessão, o nível mais baixo desde 19 de agosto.
O minério de ferro de referência de outubro na Bolsa de Cingapura recuava 2,75%, a 94,15 dólares a tonelada.
Os futuros do minério de ferro caíram após mais evidências da demanda chinesa fraca, com a contração contínua da atividade fabril acompanhada por uma queda mais profunda no setor imobiliário, disseram analistas do ANZ em nota.
A atividade industrial da China caiu para uma mínima recorde de seis meses em agosto, de acordo com uma pesquisa oficial, pressionando os formuladores de políticas a prosseguirem com os planos de direcionar mais estímulos para as famílias.
Enquanto isso, os preços de novos imóveis no país subiram em ritmo mais lento em agosto, já que o setor imobiliário ainda não mostra recuperação após uma série de políticas de apoio.
O volume total de embarques de minério de ferro despachados para destinos globais a partir de 19 portos e 16 empresas de mineração na Austrália e no Brasil aumentou 10,9% em relação à semana anterior, atingindo 29 milhões de toneladas entre 26 de agosto e 1º de setembro, informou a consultoria chinesa Mysteel.
O pico decorre de um aumento nos volumes de embarque de minério de ferro brasileiro, que saltou 39% em relação à semana anterior, marcando seu maior embarque semanal desde 2019, acrescentou a Mysteel.
(Reportagem de Gabrielle Ng)