Investing.com - Mercados financeiros de todo o mundo se concentrarão nas declarações de Janet Yellen, presidente do Federal Reserve, perante às duas casas do Congresso norte-americano na semana que se inicia, já que continuam a refletir sobre a possibilidade de encerramento do estímulo monetário de bancos centrais ao redor do mundo.
Investidores também ficarão atentos a alguns relatórios econômicos norte-americanos, com os dados da inflação na sexta-feira em destaque, na busca de mais indicações sobre o momento do próximo aumento da taxa de juros do Fed.
No Reino Unido, participantes do mercado aguardarão o relatório mensal de empregos para mais indícios sobre a força da economia e a possibilidade de que o Banco da Inglaterra eleve as taxas de juros este ano.
Na Ásia, a China deve divulgar a balança comercial mensal e dados sobre inflação em meio sinais recentes de resfriamento da segunda maior economia do mundo.
Além disso, investidores aguardarão o anúncio da taxa de juros do Banco do Canadá, com mercados inclinando suas expectativas na direção do primeiro aumento de juros em quase sete anos.
Antes da semana que está por vir, a Investing.com compilou uma lista com os cinco maiores eventos do calendário econômico com grandes chances de afetar os mercados.
1. Discurso de Janet Yellen, presidente do Fed
Janet Yellen, presidente do Federal Reserve, deverá fazer suas declarações semestrais sobre política monetária perante comissões do Senado e da Câmara em Washington.
Yellen deve falar sobre economia perante a Comissão de Atividades Bancárias do Senado nesta quarta-feira às 11h00 (horário de Brasília). Na quinta-feira, ele estará perante a Comissão de Serviços Financeiros da Câmara, também às 11h00.
Versões escritas das declarações serão divulgadas 90 minutos após Yellen começar a falar.
Seus comentários serão monitorados de perto na busca de quaisquer novas indicações sobre o momento da próxima elevação da taxa de juros dos EUA e também na busca de indícios sobre os planos do banco central para reduzir seu enorme balanço patrimonial.
Além de Yellen, haverá também outros membros do Fed como John Williams, dirigente do Fed de São Francisco, Lael Brainard, dirigente do Fed, Esther George, presidente do Fed de Kansas City, Charles Evans, presidente do Fed de Chicago e Robert Kaplan, presidente do Fed de Dallas, com discursos marcados para esta semana.
As mais recentes atas das discussões de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) mostraram uma ausência de consenso em entre os decisores sobre a perspectiva de inflação e como isso impactaria no futuro andamento dos aumentos das taxas de juros.
Vários membros da instituição também queriam anunciar o início do processo de redução do grande portfólio do Fed, composto por títulos do Tesouro e hipotecários, no fim de agosto, mas outros preferiram aguardar até o fim do ano.
O Fed aumentou as taxas de juros em sua reunião de junho e manteve sua projeção de mais um aumento este ano, mas a perspectiva de inflação moderada tem levantado dúvidas se o banco central norte-americano seria capaz de se ater à sua trajetória planejada de endurecimento.
Operadores de futuros apostam em cerca de 15% de chances de aumento da taxa de juros na reunião do Fed em setembro, de acordo com o Monitor da Taxa da Reserva Federal do Investing.com. Apostas de um aumento em dezembro são vistas em torno de 45% de chances.
2. Dados da inflação dos EUA
O Departamento de Comércio publicará os números da inflação em junho às 09h30 (horário de Brasília) nesta sexta-feira. Analistas de mercado esperam que os preços ao consumidor tenham subido 0,1%, ao passo que o núcleo da inflação tem projeção de aumento de {ecl-56||0,2%}}.
Em base anual, o núcleo do IPC tem projeção de aumento de 1,7%. O núcleo dos preços é visto pelo Federal Reserve como uma melhor aferição da pressão inflacionária de longo prazo porque exclui as categorias voláteis de alimentação e energia. O banco central tenta normalmente chegar a 2% no núcleo da inflação ou menos.
A inflação em alta pode ter efeito catalisador para o Fed elevar as taxas de juros.
Ao mesmo tempo na sexta-feira, o Departamento de Comércio publicará dados de junho sobre as vendas no varejo. O consenso das projeções é de que o relatório mostrará que as vendas no varejo subiram 0,1% no último mês. O núcleo das vendas no varejo tem projeção de aumento de 0,2%.
Vendas no varejo crescentes com o tempo estão relacionadas com crescimento econômico mais forte, ao passo que vendas fracas sinalizam economia em declínio. Os gastos dos consumidores são responsáveis por cerca de 70% do crescimento econômico norte-americano.
Além dos relatórios de inflação e de vendas no varejo, o calendário da semana também traz dados norte-americanos sobre ofertas de empregos JOLTs, preços ao produtor, pedidos iniciais de seguro-desemprego, produção industrial e também estará disponível a percepção do consumidor de Michigan.
Esta semana também marca o início da temporada de resultados do segundo trimestre nos EUA, com importantes bancos norte-americanos como JPMorgan Chase (NYSE:JPM), Citigroup (NYSE:C) e Wells Fargo (NYSE:WFC) divulgando seus números na sexta-feira.
3. Relatório de Empregos do Reino Unido
O Escritório de Estatísticas Nacionais do Reino Unido (ONS, na sigla em inglês) publicará o relatório mensal de empregos às 05h30 (horário de Brasília) na próxima quarta-feira. A previsão para o número de pessoas que solicitaram benefícios de assistência ao desemprego é de aumento de 10.400 em maio, com a taxa de desemprego se mantendo estável em 4,6%. O crescimento na renda, incluindo bônus, tem projeção de aumento de 1,8%.
Participantes do mercado também estarão muito atentos aos comentários de Andy Haldane, economista-chefe do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), e Ben Broadbent, vice-presidente do BoE, que devem fazer discursos na manhã de terça-feira.
Há uma mudança significativa na retórica de decisores do BoE nas últimas duas semanas em direção a taxas de juros mais altas, apesar da incerteza do país começando a negociar sua saída da União Europeia. Houve o alerta de um aumento na inflação que foi causado em grande parte devido à desvalorização da libra esterlina após a decisão sobre o Brexit.
4. Balança comercial da China
A China deve divulgar seus números da balança comercial de junho por volta da meia-noite (horário de Brasília) de quinta-feira. O relatório deve mostrar que o superávit comercial do país aumentou de US$ 40,8 bilhões em maio para US$ 42,4 bilhões no último mês.
As projeções para as exportações são de crescimento de 9,0% em junho em comparação ao ano anterior e na sequência de um salto de 8,7% no mês anterior, enquanto se espera que as exportações tenham subido 13,1% após terem aumentado 14,8% em abril.
Além disso, nesta segunda-feira, a nação asiática publicará dados sobre a inflação dos preços ao consumidor e ao produtor em junho. Os relatórios devem mostrar que os preços ao consumidor subiram 1,5% no último mês, ao passo que os preços ao produtor têm projeção de aumento de 5,5%.
Analistas esperam que a economia chinesa enfraqueça nos próximos meses após um forte primeiro trimestre, com dados recentes sobre a atividade industrial também indicando que uma desaceleração gradual está em curso.
5. Decisão do Banco do Canadá sobre taxa de juros
A mais recente decisão sobre a taxa de juros do Banco do Canadá está prevista para ser divulgada às 11h00 (horário de Brasília) da próxima quarta-feira, com a maioria dos especialistas esperando que o banco central eleve sua taxa de juros de referência em 25 pontos base para 0,75%.
Especulações de que o Banco do Canadá estaria se preparando para elevar sua taxa de juros aumentaram no início desse mês após Stephen Poloz, dirigente da instituição, afirmar que baixas taxas de juros pareciam ter feito o seu trabalho.
Fique por dentro de todos os eventos econômicos desta semana acessando: http://br.investing.com/economic-calendar/