Investing.com - Durante a próxima semana, mercados financeiros globais se concentrarão no discurso de Donald Trump no Congresso na terça-feira, esperando mais detalhes sobre reforma tributária, desregulamentação e gastos com infraestrutura.
A semana também contará com algumas declarações do Fed, sendo a mais importante a da presidente da instituição na sexta-feira, com investidores procurando mais indicações do momento do próximo aumento da taxa de juros dos EUA.
Além disso, agentes do mercado continuarão de olho no levantamento revisto dos dados de crescimento do terceiro trimestre dos EUA para avaliar a força da economia.
Enquanto isso, no Reino Unido, operadores se concentrarão em um trio de relatórios sobre a atividade nos setores industrial, de construção e de serviços para mais indicações do efeito contínuo que a decisão do Brexit está tendo sobre a economia.
Por outro lado, investidores esperarão dados de inflação mensal da zona do euro para avaliar quando o Banco Central Europeu começará a atenuar seu programa massivo de compra de ativos.
Antes da semana que está por vir, a Investing.com compilou uma lista com os cinco maiores eventos do calendário econômico com grandes chances de afetar os mercados.
1. Discurso do Presidente Trump no Congresso
O Presidente Donald Trump fará um discurso importante no Congresso às 9h em horário local (11h em horário de Brasília) na terça-feira. Investidores têm expectativas de que ele deixei mais clara sua agenda econômica, principalmente a respeito de reforma tributária.
Agentes do mercado prestarão mais atenção em comentários sobre um possível importo de importação, que colocaria uma alíquota de 20% nas importações para os EUA mas não recairia sobre produtos exportados.
Além da reforma tributária, investidores estão ansiosos para saber mais dos planos de Trump para anular a Lei de Proteção e Cuidado ao Paciente, reduzir regulamentações em negócios e aumentar os gastos com infraestrutura.
Analistas alertam que o sentimento do mercado possa sofrer um golpe caso os planos de Trump pareçam ser de execução lenta ou extremamente vagos.
O Presidente Trump tem sido visto com um importante catalisador por trás do rali impressivo das bolsas de valores nas últimas semanas, embora ele ainda tenha que detalhar suas políticas econômicas.
2. Declaração da Presidente do Fed Janet Yellen
Alguns decisores do Fed devem fazer apresentações públicas esta semana e devem oferecer perspectivas sobre o aumento da taxa de juros antes da reunião de março do banco central.
Na segunda-feira, o presidente do Fed de Dallas Rob Kaplan fará uma apresentação pública.
Na terça-feira, será a vez dos presidentes do Fed de São Francisco John Williams e de Saint Louis James Bullard.
Kaplan do Fed de Dallas e o dirigente do Fed Lael Brainard devem fazer declarações na quarta-feira.
Na quinta-feira, a presidente do Fed de Chicago Loretta Mester fará um discurso.
Finalmente, na sexta-feira, o presidente do Fed de ChicagoCharles Evans, o presidente do Fed de Richmond Jeffrey Lacker, o dirigente do Fed Jerome Powell e o vice-presidente do Fed Nacional Stanley Fischer farão seus comentários.
Às 13h de sexta-feira em horário local (15h em horário de Brasília), a presidente do Fed Janet Yellen falará sobre a economia no Executives Club de Chicago.
Na semana passada, as atas da última reunião do Fed mostraram que os decisores acreditam que seria apropriado elevar a taxa de juros novamente em “futuro próximo”, embora sem apresentarem um forte sinal do momento da próxima alteração.
Os futuros do Fundo Federal apontam chance de 27% de alta da taxa de juros em março, de acordo com o Monitor da Taxa da Reserva Federal do Investing.com. As chances de um aumento em maio são vistas em 52% enquanto as apostas para junho estão em 70%.
3. Dados revistos do crescimento norte-americano do quarto trimestre
Os EUA devem divulgar seus números revistos do crescimento econômico do quarto trimestre às 8h30 em horário local (10h30 em horário de Brasília) na terça-feira. Espera-se que os dados revelem que a economia cresceu com uma saudável taxa anual de 2,1% nos últimos três meses de 2016, apresentando alta em comparação a uma estimativa preliminar de 1,9%.
Além do relatório do PIB, o calendário desta semana também traz dados norte-americanos sobre pedidos de bens duráveis e vendas pendentes de imóveis na segunda-feira, confiança do consumidor na terça-feira, gastos de consumo pessoal e PMI Industrial na quarta-feira, pedidos de seguro-desemprego semanais na quinta-feira, seguido pelo estudo do ISM do setor não-industrial na sexta-feira.
Uma série recente de dados sólidos reforçaram a visão de que a economia norte-americana está suficientemente robusta para garantir taxas de juros mais altas nos próximos meses.
Enquanto isso, relatórios de resultados estão se acalmando, mas alguns grandes varejistas como Target (NYSE:TGT), Lowe’s (NYSE:LOW), Best Buy (NYSE:BBY) e Costco (NASDAQ:COST) estão no radar esta semana, bem como os resultados da Salesforce.com (NYSE:CRM).
4. PMI Britânico de Fevereiro
O Reino Unido divulgará os levantamentos de atividade do setor industrial na quarta-feira, seguido por um relatório do setor de construção na terça-feira e do setor de serviços na sexta-feira.
Espera-se que o índice industrial da atividade dos gerentes de compras (PMI industrial) caia para 55,5 a partir de 55,9 no mês anterior, que a atividade de construção tenha leve crescimento para 52,4 a partir de 52,2, e que um estudo do gigante setor de serviços britânico deva cair para 54,2 a partir de 54,5 no último mês.
O Banco da Inglaterra elevou suas previsões de crescimento e inflação mais cedo este mês, mas parece não ter pressa em aumentar a taxa de juros.
5. Números imediatos da inflação de fevereiro da zona do euro
A zona do euro publicará números imediatos da inflação de fevereiro às 7h desta quinta-feira, em horário de Brasília.
As expectativas são de que o relatório apresente um aumento de 2% nos preços ao consumidor, atingindo a meta do Banco Central Europeu e acelerando após um crescimento de 1,8% em janeiro.O núcleo dos preços deve avançar 0,9%, o mesmo do mês anterior.
Espanha, França, Itália e Alemanha produzirão seus próprios relatórios de índice de preços ao consumidor durante a semana.
Apesar de uma tendência de alta na inflação, o presidente do BCE, Mario Draghi, diminuiu recentemente a importância do aumento dos preços ao consumidor, afirmando que a pressão inflacionária em questão continua “controlada”.
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