Por Thomas Mukoya e Monicah Mwangi
NAIRÓBI (Reuters) - Pelo menos uma pessoa foi morta em novos protestos contra o governo no Quênia, nesta terça-feira, segundo um repórter da Reuters, depois que a polícia entrou em confronto com manifestantes que exigiam a renúncia do presidente William Ruto.
Os protestos liderados por jovens em todo o país, que eclodiram há um mês contra a proposta de aumento de impostos, continuaram mesmo depois que Ruto retirou a legislação e demitiu quase todo o seu gabinete. Os ativistas afirmam que querem que Ruto renuncie e pedem mudanças sistêmicas para acabar com a corrupção e resolver o problema da má governança.
Pelo menos 50 pessoas foram mortas nos protestos até o momento, informou a Comissão Nacional de Direitos Humanos do Quênia (KNCHR), financiada pelo governo, na terça-feira.
Em Kitengela, uma cidade na periferia sul da capital Nairóbi, a polícia disparou repetidamente na direção de centenas de manifestantes, alguns dos quais estavam atirando pedras, segundo imagens da Reuters TV. Os manifestantes também queimaram pneus, agitaram bandeiras do Quênia e gritaram "Ruto tem que sair!".
Um repórter da Reuters viu o corpo de um manifestante caído no chão com sangue escorrendo de um ferimento na cabeça. O porta-voz da polícia nacional não quis comentar.
Os protestos de terça-feira parecem ter sido alguns dos maiores desde que Ruto retirou os aumentos de impostos em 26 de junho. O jornal The Nation relatou manifestações em pelo menos 23 dos 47 condados do Quênia.