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Por Dmitry Antonov e Tom Balmforth e Olena Harmash
MOSCOU/LONDRES/KIEV (Reuters) - O presidente russo, Vladimir Putin, elogiou nesta quinta-feira os "esforços sinceros" dos Estados Unidos para encerrar a guerra na Ucrânia e aventou a perspectiva de um acordo sobre armas nucleares antes de uma cúpula com o presidente Donald Trump, na qual a Europa pediu a Trump que se mantenha firme.
Putin conversou com seus ministros e autoridades de segurança mais graduados enquanto se preparava para o encontro com Trump em Anchorage, Alasca, na sexta-feira, que pode definir o desfecho da maior guerra na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Isso ocorre após os esforços intensificados do presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, e seus aliados europeus para impedir qualquer acordo que divida o território da Ucrânia e a deixe vulnerável a ataques futuros.
Putin disse em comentários televisionados que os EUA estavam "fazendo, na minha opinião, esforços bastante enérgicos e sinceros para cessar as hostilidades, interromper a crise e chegar a acordos que sejam de interesse de todas as partes envolvidas neste conflito".
Isso está acontecendo, afirmou Putin, "para criar condições de paz de longo prazo entre nossos países, na Europa e no mundo como um todo — se, nas próximas etapas, chegarmos a acordos na área de controle de armas ofensivas estratégicas".
Os comentários dele sinalizaram que a Rússia levantará a questão do controle de armas nucleares como parte de uma ampla discussão sobre segurança quando se reunir com Trump para a primeira cúpula Rússia-EUA desde junho de 2021.
Uma autoridade graduada do Leste Europeu, que pediu anonimato para discutir assuntos delicados, disse que Putin tentaria distrair Trump da Ucrânia nas negociações, oferecendo-lhe possíveis progressos no controle de armas nucleares ou algo relacionado a negócios.
"Esperamos que Trump não se deixe enganar pelos russos, ele entende todas essas coisas perigosas", declarou a autoridade.
GARANTIAS DE SEGURANÇA
Os aliados da Ucrânia disseram que Trump está disposto a apoiar garantias de segurança para Kiev, uma oferta potencialmente significativa, mas ainda vaga, que poderia dar alguma esperança à Ucrânia a um dia da cúpula EUA-Rússia sobre o fim da guerra.
Trump demonstrou disposição para aderir às garantias em uma reunião virtual de última hora com líderes europeus e com o presidente da Ucrânia, na quarta-feira, disseram os líderes, embora ele não tenha feito nenhuma menção pública a elas posteriormente.
Zelenskiy e seus aliados expressaram algum otimismo ao intensificar os esforços para impedir qualquer acordo entre Trump e Putin na reunião de sexta-feira que deixaria a Ucrânia vulnerável a novos ataques russos.
A cúpula acontece em um dos momentos mais difíceis para a Ucrânia em uma guerra que matou dezenas de milhares de pessoas e deslocou milhões desde a invasão em grande escala do país pela Rússia em fevereiro de 2022.
Falando após a reunião de quarta-feira, o presidente da França, Emmanuel Macron, disse que Trump insistiu que a aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) não deveria fazer parte das garantias de segurança que seriam projetadas para proteger a Ucrânia de futuros ataques em um acordo pós-guerra.
"O presidente Trump também afirmou isso claramente, dizendo coisas que considero importantes: a saber, que a Otan não deve fazer parte dessas garantias de segurança -- e sabemos que esse é um ponto fundamental, especialmente para o lado russo -- mas (também) que os Estados Unidos e todos os aliados dispostos devem fazer parte delas. É com isso que estamos comprometidos", disse Macron. "E, para mim, esse foi um esclarecimento importante hoje."
O chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, que foi o anfitrião da reunião de quarta-feira, também disse que haveria garantias robustas de segurança. "O presidente Trump também confirmou isso hoje e disse que está a bordo", disse ele aos repórteres.
Expandindo essas declarações, uma autoridade europeia disse à Reuters que Trump afirmou, durante a ligação, que está disposto a fornecer algumas garantias de segurança para a Europa, sem explicar quais seriam elas.
A autoridade, que não quis ser identificada, disse que essa foi a primeira vez que ele foi tão explícito sobre o fornecimento de algumas garantias desde que as negociações da Coalizão dos Dispostos, lideradas pelo Reino Unido e pela França, começaram em março.
Isso "pareceu um grande passo à frente", disse a autoridade.
No entanto, não ficou imediatamente claro o que essas garantias poderiam significar na prática.
"Não temos detalhes de sua opinião (de Trump) sobre isso, mas agora ele está mais aberto a algum tipo de apoio dos EUA para as garantias", disse uma fonte familiarizada com o assunto, acrescentando que Trump entendeu que um apoio dos EUA era necessário para que as garantias fossem viáveis.
"Então ele mencionou isso (na ligação) e talvez todos trabalhem nisso", disse a fonte.
Um porta-voz da Comissão Europeia também recebeu bem a oferta de Trump, mas disse que os detalhes cabem à Casa Branca responder.
Zelenskiy se reuniu com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, para aproveitar o impulso das conversas de quarta-feira. Zelenskiy e Starmer se abraçaram antes de entrar em sua reunião em Downing Street.
Na quarta-feira, Trump ameaçou com "graves consequências" se Putin não concordar com a paz na Ucrânia e, embora não tenha especificado quais poderiam ser as consequências, ele alertou sobre sanções econômicas se a reunião de sexta-feira for infrutífera.
No entanto, é provável que a Rússia resista fortemente às exigências da Ucrânia e da Europa e, anteriormente, afirmou que sua posição não havia mudado desde que foi detalhada pela primeira vez por Putin em junho de 2024.
Um assessor do Kremlin disse que Putin e Trump discutirão o "enorme potencial inexplorado" para os laços econômicos entre Rússia e EUA, bem como as perspectivas de acabar com a guerra na reunião, a primeira cúpula entre seus países desde que Putin se encontrou com Joe Biden em 2021.
Uma fonte familiarizada com o assunto disse que o enviado especial russo Kirill Dmitriev participará.
Dmitriev, que dirige o fundo soberano RDIF da Rússia, já conversou anteriormente com Steve Witkoff, enviado especial de Trump, e falou sobre uma possível cooperação comercial entre Moscou e Washington.
(Reportagem de Catarina Demony, Olena Harmash, Andrew Osborn, Tom Balmforth, Michel Rose, Andrew MacAskill e Sarah Marsh)