Fique por dentro das principais notícias do mercado desta quarta-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 21.05.2025, 07:34
© Reuters

Investing.com — Os principais índices futuros das ações nos Estados Unidos operavam em baixa nesta quarta-feira, antes da abertura das Bolsas, refletindo o aumento dos rendimentos dos títulos do governo norte-americano (treasuries), que pressionaram os mercados na sessão anterior.

Os investidores acompanham atentamente os balanços do setor de varejo e monitoram potenciais efeitos das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump sobre os preços.

Além disso, o CEO da Nvidia (NASDAQ:NVDA), Jensen Huang, comenta as restrições norte-americanas à exportação de chips de inteligência artificial para a China, enquanto a inflação no Reino Unido avança de forma acentuada.

No Brasil, os ativos têm desempenho misto em uma semana de calendário econômico esvaziado.

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1. Futuros dos EUA em queda

Os índices futuros de Wall Street recuam nesta quarta-feira, sugerindo continuidade do movimento de correção observado no pregão anterior.

Às 07h25 de Brasília, os futuros do Dow Jones cediam 406 pontos, equivalente a 0,95%. Os contratos futuros do S&P 500 perdiam 51 pontos, ou 0,87%, enquanto os futuros do Nasdaq 100 recuavam 204 pontos, queda de 0,96%.

CONFIRA: Cotação das ações dos EUA na pré-abertura em Wall Street

Na terça-feira, os principais índices de Nova York encerraram o dia no campo negativo, pressionados pela elevação dos juros das treasuries de 10 anos, que chegaram a tocar uma máxima intradiária antes de recuar para 4,48%. Segundo relatório do UBS, o recente rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos pela Moody’s não surpreendeu os agentes de mercado, já que o quadro fiscal norte-americano encontra-se amplamente deteriorado e precificado.

A corretora acrescentou que as atenções seguem voltadas às negociações comerciais em curso e ao ambicioso projeto orçamentário que Trump busca aprovar no Congresso.

O presidente esteve no Capitólio na terça-feira para convencer os legisladores republicanos a apoiar sua proposta de orçamento, que pode adicionar entre US$ 3 trilhões e US$ 5 trilhões à já robusta dívida pública dos EUA, atualmente em US$ 36,2 trilhões.

Ao fim do pregão, o S&P 500 cedeu 0,39%, interrompendo uma sequência de seis altas consecutivas.

As ações da Home Depot fecharam em território negativo após apagarem ganhos registrados mais cedo, enquanto os papéis da Tesla (NASDAQ:TSLA) avançaram 0,5%, após Elon Musk afirmar que continuará liderando a companhia de veículos elétricos pelos próximos cinco anos.

O mercado acompanha nesta quarta-feira os resultados de grandes empresas do setor de varejo, com foco no impacto das tarifas propostas por Trump.

Antes da abertura, TJX Companies e Lowe’s Companies divulgam seus balanços. Os números chegam em meio a um ambiente desafiador, marcado pela escalada das tensões comerciais, que já afetou os resultados e as projeções de diversas companhias de consumo, incluindo o Walmart (NYSE:WMT), que alertou recentemente sobre prováveis aumentos de preços.

Na terça-feira, a Home Depot afirmou que pretende manter os preços inalterados, embora tenha sinalizado que as tarifas podem gerar rupturas no abastecimento de determinados produtos.

2. CEO da Nvidia comenta restrições dos EUA à China

O CEO da Nvidia, Jensen Huang, afirmou que as medidas de controle de exportação dos Estados Unidos não conseguiram frear o avanço tecnológico da China no setor de chips de inteligência artificial. Segundo ele, as sanções estimularam o desenvolvimento de processadores locais.

“Na prática, os controles de exportação fracassaram”, declarou Huang durante a Computex, em Taiwan. “As restrições forneceram às empresas chinesas o ímpeto, a motivação e o suporte governamental necessários para acelerar seus próprios projetos.”

Huang revelou ainda que a participação da Nvidia no mercado chinês caiu de 95%, no início do governo Biden, para 50% atualmente. As sanções iniciadas na administração Biden foram mantidas — e, em alguns casos, ampliadas — pelo governo Trump.

Paralelamente, o Departamento de Comércio dos EUA publicou novas diretrizes, com o objetivo de reforçar ainda mais as restrições à indústria chinesa de semicondutores, alegando que determinados chips da Huawei violam normas de exportação norte-americanas.

3. Inflação do Reino Unido acelera

A inflação no Reino Unido registrou forte aceleração em abril, atingindo o patamar mais elevado dos últimos 13 meses, o que pode levar o Banco da Inglaterra a adiar eventuais cortes nas taxas de juros.

O índice de preços ao consumidor (IPC) avançou 3,5% na comparação anual, superando tanto os 2,6% de março quanto a meta de 2,0% perseguida pela autoridade monetária britânica. Na variação mensal, a inflação subiu 1,2%, após ter registrado 0,3% no mês anterior.

O consenso do mercado projetava uma alta anual de 3,3% e um avanço mensal de 1,1%.

O núcleo do IPC, que desconsidera itens voláteis como energia e alimentos, apresentou crescimento de 1,4% na margem, enquanto a taxa anual alcançou 3,8%.

Esse movimento reflete uma combinação de fatores que pressionam os preços, como os reajustes expressivos nas tarifas de energia e água, aumento do imposto sobre veículos e elevação dos tributos municipais.

4. Petróleo avança com risco geopolítico

Os preços do petróleo operam em alta após relatos de que Israel estaria preparando um possível ataque contra instalações nucleares do Irã, elevando os riscos de interrupção no fornecimento de petróleo em uma das regiões mais sensíveis do mercado global de energia.

No momento da redação, os futuros do Brent subiam 1,1%, cotados a US$ 66,08 por barril, enquanto os contratos do WTI avançavam 1,2%, negociados a US$ 62,77.

Segundo reportagem da CNN, autoridades dos Estados Unidos afirmaram que Israel considera seriamente uma ofensiva militar, embora ainda não tenha tomado uma decisão definitiva. Fontes apontam que a probabilidade de uma ação israelense aumentou de forma expressiva nos últimos meses.

Além disso, os estoques de petróleo bruto dos EUA cresceram cerca de 2,5 milhões de barris na semana encerrada em 16 de maio, contrariando a expectativa de uma redução de 1,9 milhão, de acordo com dados do American Petroleum Institute (API) divulgados na terça-feira.

5. Ativos brasileiros têm desempenho misto

O Ibovespa encerrou a sessão de ontem com leve alta de 0,34%, fechando um pouco acima do importante patamar de 140 mil pontos. O desempenho foi sustentado principalmente pelo bom momento das empresas do setor de proteínas, beneficiadas por perspectivas favoráveis no mercado externo e avanços em processos corporativos, como a iminente dupla listagem da JBS (BVMF:JBSS3).

Por outro lado, o índice foi limitado pelas quedas expressivas nas ações do setor educacional, pressionado pelas novas regras que impactam o ensino à distância e devem afetar as margens dessas companhias.

No mercado de câmbio, o dólar à vista registrou alta moderada de 0,23%, cotado a R$5,6677. O movimento reflete ajustes técnicos, após a queda da véspera, em meio a um ambiente externo marcado por preocupações fiscais nos Estados Unidos.

Apesar do fortalecimento pontual frente ao real, a moeda norte-americana se desvalorizava no exterior frente a outras divisas, influenciada pelo receio de que o pacote fiscal defendido por Donald Trump amplie ainda mais o déficit público norte-americano.

Na curva de juros, as taxas dos DIs avançaram, acompanhando o movimento dos rendimentos das treasuries, que voltaram a subir diante das incertezas fiscais nos EUA. Internamente, houve também uma realização de lucros, depois do alívio recente nos prêmios de risco.

O mercado, de forma majoritária, segue precificando a manutenção da Selic em 14,75% na próxima reunião, enquanto as declarações recentes de membros do banco central indicam que não há espaço para cortes na taxa básica no futuro próximo.

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