Schnabel pede manutenção dos juros pelo BCE já que economia se mantém firme diante de tarifas

Publicado 02.09.2025, 07:53
Atualizado 02.09.2025, 07:56
© Reuters.

Por Francesco Canepa e Balazs Koranyi

FRANKFURT (Reuters) - O Banco Central Europeu deveria manter as taxas de juros estáveis uma vez que a economia da zona do euro está se mantendo firme diante das tarifas dos Estados Unidos e a inflação ainda pode ficar mais alta do que o esperado, disse à Reuters Isabel Schnabel, membro do BCE.

O banco central dos 20 países que compartilham o euro encerrou um ciclo de um ano de afrouxamento em julho e as autoridades estão agora esperando para ver o impacto total das tarifas dos EUA acordadas em julho antes de decidir se os custos dos empréstimos precisam cair ainda mais.

Schnabel disse que não vê a necessidade de mais cortes e que a atual taxa de juros de 2% pode estar estimulando "levemente" uma economia já dinâmica.

"Acredito que talvez já estejamos ligeiramente acomodatícios e, portanto, não vejo razão para um novo corte nos juros na situação atual", disse a economista alemã em uma entrevista.

O BCE deve manter as taxas de juros em sua próxima reunião, em 11 de setembro, mas os investidores veem uma boa chance de que sejam cortados novamente até junho, segundo dados do mercado monetário. Fontes também disseram à Reuters que as discussões sobre novo afrouxamento provavelmente serão retomadas mais à frente.

O Federal Reserve, sob pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, deve cortar os juros neste mês.

No entanto, Schnabel disse que a economia da zona do euro teve desempenho melhor do que o esperado graças ao "crescimento robusto da demanda interna", e que agora está prestes a receber um "impulso fiscal significativo" do investimento da Alemanha em infraestrutura e nas Forças Armadas.

Ao contrário de muitos de seus pares e das projeções do próprio BCE, Schnabel argumentou que as tarifas comerciais impostas pelo governo Trump aumentarão a inflação, mesmo sem retaliação da União Europeia.

"Continuo acreditando que as tarifas são inflacionárias em termos líquidos", disse Schnabel. "Se houver um aumento nos preços dos insumos em todo o mundo devido às tarifas, e elas se propagarem pelas redes de produção globais, isso aumentará as pressões inflacionárias em todos os lugares."

Ela também disse que as tarifas afetarão as cadeias de oferta, citando como exemplos as restrições chinesas à exportação de várias terras raras e a decisão dos EUA de taxar até mesmo pacotes de pequeno valor.

Isso, juntamente com o rápido crescimento dos preços dos alimentos, fez com que Schnabel visse "o balanço de risco inclinado para uma alta", o que significa que a inflação pode ultrapassar as projeções do BCE de 1,6% no próximo ano e 2% em 2027.

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