Taxas futuras recuam com impasse comercial entre Brasil e EUA e falas de Galípolo no radar
Por Karl Plume
CHICAGO (Reuters) - Os contratos futuros da soja negociados na bolsa de Chicago subiram para uma máxima de duas semanas nesta segunda-feira, depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que esperava que a China quadruplicasse sua compra de soja dos Estados Unidos.
Previsões de clima quente e seco nos EUA provocaram alguma preocupação sobre os rendimentos nas lavouras.
Os futuros do milho e do trigo acompanharam a alta da soja, já que os traders esperavam que mais compras chinesas de produtos agrícolas dos EUA pudessem fazer parte de um eventual acordo comercial entre os EUA e a China, embora ambos os mercados permaneçam ancorados por grandes suprimentos globais.
A China é o maior importador de soja do mundo, mas até o momento tem evitado comprar da próxima safra dos EUA, já que as tensões comerciais entre Washington e Pequim se acirraram.
"A China está preocupada com sua escassez de soja", publicou Trump no Truth Social. "Espero que a China quadruplique rapidamente seus pedidos de soja. Essa também é uma forma de reduzir substancialmente o déficit comercial da China com os EUA."
Na segunda-feira, Trump também assinou uma ordem executiva prorrogando uma trégua tarifária com a China por mais 90 dias, faltando apenas algumas horas para que as tarifas dos EUA sobre os produtos chineses voltassem a atingir taxas de três dígitos.
A publicação de Trump nas mídias sociais deu um impulso aos mercados, que foram pressionados pelas expectativas de grandes colheitas de soja e milho nos EUA, após o clima amplamente favorável no meio-oeste americano neste verão.
"Acho que é uma combinação do tweet de Trump e da previsão. Há uma preocupação de que teremos tempo seco entre agora e o final do mês e setembro", disse Ted Seifried, estrategista-chefe de mercado da Zaner Ag Hedge.
A soja fechou em alta de 23,75 centavos, a US$ 10,1125 o bushel, após os maiores ganhos percentuais do contrato em dois meses.
O milho subiu 2,25 centavos, a US$4,0775 o bushel, enquanto o trigo subiu 0,50 centavo, para US$5,15 o bushel.
Os traders também estavam ajustando suas posições antes do relatório mensal de oferta e demanda de safra do Departamento de Agricultura dos EUA, que deve mostrar safras maiores de milho e soja nos EUA e maior oferta no próximo ano.
(Reportagem adicional de Michael Hogan, em Hamburgo, e Peter Hobson, em Canberra)