Taxas de juros longas caem com recuo dos rendimentos dos Treasuries e apetite estrangeiro

Publicado 13.03.2025, 16:53
Atualizado 13.03.2025, 16:55
© Reuters.

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs fecharam a quinta-feira em baixa firme nos vencimentos a partir de janeiro de 2027, refletindo o recuo dos rendimentos dos Treasuries após novas ameaças de tarifas pelos Estados Unidos e o apetite de investidores estrangeiros pela renda fixa local.

Na ponta curta da curva a termo os movimentos foram mais contidos, com as taxas encerrando próximas da estabilidade.

No fim da tarde, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2026 -- um dos mais líquidos no curto prazo -- estava em 14,725%, praticamente estável ante o ajuste de 14,714% da sessão anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 marcava 14,505%, ante o ajuste de 14,589%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 14,56%, em queda de 17 pontos-base ante 14,727% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 14,57%, ante 14,735%.

No exterior, as preocupações em torno da guerra tarifária entre os EUA e alguns de seus principais parceiros comerciais voltaram a influenciar os negócios. O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que aplicará tarifa de 200% sobre vinhos e outros produtos alcoólicos provenientes da União Europeia caso o bloco não retire a tarifa sobre o uísque norte-americano.

Na quarta-feira, a Comissão Europeia havia prometido impor tarifas contrárias sobre 26 bilhões de euros em produtos norte-americanos a partir do próximo mês, aumentando a guerra comercial em resposta às tarifas norte-americanas sobre aço e alumínio.

A disputa de tarifas aumentava o medo de uma inflação elevada nos EUA, o que deu pela manhã certo suporte aos yields dos Treasuries. À tarde, no entanto, os rendimentos se firmaram em baixa, com investidores comprando títulos norte-americanos e vendendo ações na Europa e nos EUA.

No Brasil, as taxas dos DIs com prazos mais longos acompanharam a queda dos yields, mas refletiram também certo apetite pela renda fixa local.

Em seu leilão de títulos prefixados, o Tesouro Nacional vendeu no fim da manhã 27 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTNs) e 6 milhões de Notas do Tesouro Nacional -- Série F (NTN-Fs). Operador de um banco de investimentos disse à Reuters que a quantidade colocada no leilão chamou a atenção.

Em leilões assim, normalmente investidores que compram títulos (assumindo posição vendida em taxa) vão ao mercado de DIs fazer hedge, o que costuma influenciar a alta da curva.

Nesta quinta-feira, porém, investidores estrangeiros e locais entraram nos negócios com DIs vendendo taxa, conforme o operador, com “muita gente querendo aplicar”. Segundo ele, este apetite pela renda fixa brasileira, numa sessão sem ruídos no noticiário fiscal, contribuiu para a queda das taxas com prazos maiores.

Na ponta curta o espaço para operar taxas era menor, com investidores mantendo a convicção de que o Banco Central elevará a taxa básica Selic em 100 pontos-base na próxima semana, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne.

Perto do fechamento a curva brasileira precificava 96% de probabilidade de alta de 100 pontos-base da Selic na semana que vem. Atualmente a Selic está em 13,25% ao ano.

Às 16h37, o rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento-- caía 5 pontos-base, a 4,266%.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.