Taxas dos DIs acompanham Treasuries e sobem após acordo comercial entre EUA e China

Publicado 12.05.2025, 16:56
Atualizado 12.05.2025, 17:01
© Reuters. Notas de 200 reaisn02/09/2020. REUTERS/Adriano Machado

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs fecharam a segunda-feira em alta, em especial entre os contratos de longo prazo, acompanhando o avanço firme dos rendimentos dos Treasuries no exterior, após o acordo tarifário entre Estados Unidos e China reduzir as tensões nos mercados globais.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2026 -- um dos mais líquidos no curto prazo -- estava em 14,795%, ante o ajuste de 14,796% da sessão anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 marcava 14,035%, em alta de 5 pontos-base ante o ajuste de 13,982%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,6%, em alta de 10 pontos-base ante 13,498% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 13,65%, ante 13,549%.

No fim de semana Estados Unidos e China chegaram a um acordo tarifário durante as negociações de autoridades em Genebra, na Suíça, mas foi nesta segunda-feira que os detalhes foram divulgados.

Os EUA reduzirão as tarifas extras impostas às importações chinesas em abril deste ano de 145% para 30%, enquanto as taxas chinesas sobre as importações dos EUA cairão de 125% para 10%, informaram os dois países. As novas medidas ficarão em vigor por 90 dias.

O alívio trazido pelo acordo fez investidores reduzirem posições em ativos de segurança, como os títulos norte-americanos e moedas como o iene e a libra, e buscarem ativos mais arriscados, como ações.

Com a venda de títulos, os rendimentos dos Treasuries avançaram, o que se refletiu na alta das taxas dos DIs no Brasil. O movimento esteve em sintonia com a alta do dólar ante o real -- também reação ao acordo comercial entre EUA e China.

Às 9h05 -- logo após a abertura -- a taxa do DI para janeiro de 2027 atingiu o maior valor da sessão, de 14,10%, em alta de 12 pontos-base ante o ajuste de sexta-feira.

A forte influência do acordo comercial EUA-China deixou em segundo plano, no Brasil, a entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao UOL. Nela, o ministro disse que a inflação vai se acomodar se as metas fiscais do governo federal forem cumpridas e o Banco Central fizer seu papel.

"A Fazenda não está pensando em nada, do ponto de vista fiscal, além de cumprir as metas estabelecidas, não há outro plano de voo que não seja esse", disse Haddad.

Pela manhã, o boletim Focus do Banco Central mostrou ainda que a mediana das projeções dos economistas do mercado para a inflação de 2025 caiu de 5,53% para 5,51% -- quarto recuo consecutivo. Já a projeção de 2026 pouco variou, de 4,51% para 4,50%.

Conforme o Focus, a projeção mediana para a Selic no fim de 2025 seguiu em 14,75% -- justamente a taxa em vigor, o que sugere que os economistas do mercado não esperam novo aumento da Selic em junho.

Na curva de juros, no entanto, as apostas estão divididas. Perto do fechamento desta segunda-feira a curva precificava 59% de probabilidade de manutenção da Selic em junho, contra 41% de chance de elevação de 25 pontos-base.

No mercado de opções de Copom da B3 (BVMF:B3SA3), a precificação na sexta-feira -- atualização mais recente, mas anterior ao acordo entre EUA e China -- era de 57,00% de probabilidade de manutenção da Selic, 35,50% de chances de alta de 25 pontos-base e 5,50% de possibilidade de elevação de 50 pontos-base.

No exterior, às 16h41 o rendimento do Treasury de dois anos -- que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo -- disparava 12 pontos-base, a 3,998%, enquanto o retorno do título de dez anos --referência global para decisões de investimento -- subia 9 pontos-base, a 4,465%.

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