Taxas dos DIs despencam com exterior e emprego formal abaixo do esperado no Brasil

Publicado 30.06.2025, 16:48
Atualizado 30.06.2025, 16:50
© Reuters. Notas de 200 reaisn02/09/2020. REUTERS/Adriano Machado

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs fecharam a segunda-feira com fortes baixas, superior a 30 pontos-base nos vencimentos mais longos, influenciadas pelo recuo firme dos rendimentos dos Treasuries no exterior, pela geração de empregos formais abaixo do esperado no Brasil e pela queda do dólar ante o real.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2026 estava em 14,925%, ante o ajuste de 14,931% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2027 marcava 14,09%, em queda de 9 pontos-base ante o ajuste de 14,183%.

Entre os contratos longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,18%, ante 13,478% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 13,28%, em baixa de 32 pontos-base ante 13,601%.

No exterior a segunda-feira foi marcada pela queda dos rendimentos dos Treasuries, em meio às apostas de corte de juros pelo Federal Reserve a partir de setembro, e pela baixa do dólar ante a maior parte das demais divisas.

No Brasil, isso se traduziu na queda firme do dólar ante o real, em movimento amplificado pela disputa dos investidores pela taxa de câmbio de fim de trimestre, e pelo recuo das taxas dos DIs.

Este movimento foi intensificado no início da tarde em meio à divulgação dos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que apontaram criação de 148.992 vagas formais de trabalho em maio no Brasil, bem abaixo dos 179.000 esperados por economistas ouvidos pela Reuters.

Chamou a atenção o fato de as taxas de alguns vencimentos terem começado a despencar minutos antes da divulgação oficial dos dados do Caged, às 14h30.

A taxa do DI para janeiro de 2028, por exemplo, caiu de 13,350% às 14h22 (antes da divulgação oficial) para 13,315% às 14h30 (quando ocorreu a divulgação), para atingir depois 13,255% às 14h36. A taxa do DI para janeiro de 2029 foi de 13,205% às 14h24 (antes da divulgação oficial) para 13,175% às 14h30 e 13,105% às 14h36.

Houve renovação de mínimas em toda a curva a termo depois, em meio à leitura de que a desaceleração do mercado de trabalho -- um fator positivo para o controle da inflação -- permitirá ao Banco Central a adoção de uma taxa básica Selic não tão elevada no futuro. Atualmente a Selic está em 15% ao ano.

Em sintonia com as comunicações mais recentes do próprio BC, a curva seguiu precificando quase 100% de chances de manutenção da Selic em 15% no encontro do fim de julho do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

Esta também é a projeção mediana dos economistas do mercado, conforme o boletim Focus divulgado pelo BC pela manhã. No documento, a projeção para a inflação em 2025 foi de 5,24% para 5,20% e em 2026 permaneceu em 4,50% -- em ambos os casos acima do centro da meta contínua perseguida pelo BC, de 3%.

Divulgado à tarde, o boletim Firmus do BC mostrou que as empresas não-financeiras reduziram suas projeções para a taxa de câmbio no Brasil no período de seis meses à frente, mas mantiveram a expectativa de que a inflação nos próximos anos seguirá acima do centro da meta.

Durante evento em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitou criticar o presidente do BC, Gabriel Galípolo, pela recente alta da Selic, classificando-o como "muito sério", e afirmou que, com o tempo, as "coisas" serão corrigidas.

Às 16h37, o rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento-- caía 6 pontos-base, a 4,226%.

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