Taxas dos DIs perdem força à tarde e ficam quase estáveis apesar de receio com tarifas

Publicado 11.07.2025, 16:48
Atualizado 11.07.2025, 16:50
© Reuters. Notas de 200 reaisn02/09/2020. REUTERS/Adriano Machado

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - As preocupações em torno da tarifa de 50% dos EUA sobre os produtos brasileiros deram sustentação às taxas dos DIs durante boa parte da sessão desta sexta-feira, mas na reta final do dia elas voltaram para perto dos níveis da véspera, com alguns investidores realizando lucros recentes.

O movimento esteve em sintonia com o dólar, que se reaproximou dos R$5,60 durante a manhã no Brasil, mas retornou à estabilidade à tarde, em meio às dúvidas do mercado sobre o cenário de curto prazo.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2027 estava em 14,325%, ante o ajuste de 14,302% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2028 marcava 13,6%, ante o ajuste de 13,581%.

Entre os contratos longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,6%, ante 13,616% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 13,66%, ante 13,67%.

Pela manhã, os agentes voltaram a operar em meio à incerteza sobre os impactos da tarifa do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre os produtos brasileiros. Se por um lado a tarifação pode desacelerar a atividade, a expectativa é que por outro ela pode significar mais inflação, a depender da reação do governo brasileiro.

Em evento nesta sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a dizer que buscará caminhos diplomáticos para impedir a imposição da tarifa de Trump, mas repetiu que, se não for possível, adotará a reciprocidade.

No exterior, Trump afirmou que “talvez em algum momento” fale com Lula sobre a questão tarifária, mas que “agora não”. Além disso, anunciou uma tarifa de 35% para o Canadá e sinalizou que a taxa padrão de 10%, recebida por alguns países, poderia ser elevada para 15% ou 20%. Também era esperada para esta sexta-feira o anúncio de tarifação da União Europeia.

Em meio aos receios com a guerra tarifária, os rendimentos dos Treasuries tiveram fortes altas no exterior, enquanto no Brasil as taxas dos DIs marcaram picos no fim da manhã. Às 11h03 a taxa do DI para janeiro de 2028 estava na máxima de 13,715%, em alta de 13 pontos-base ante o ajuste da véspera.

“Existe uma aversão a risco por conta do conflito tarifário. Os recuos de Trump nos últimos 90 dias chegaram a animar os mercados, mas vimos as tarifas voltando mais recentemente”, afirmou Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

Durante a tarde, porém, as taxas perderam força no Brasil e retornaram para perto dos ajustes da véspera, chegando a registrar leves baixas em alguns vencimentos mais longos.

Operador ouvido pela Reuters ponderou que parte dos agentes que compraram taxa desde quarta-feira, em meio ao pânico inicial causado pelo anúncio de Trump contra o Brasil, vendeu taxa na tarde desta sexta, realizando lucros. O movimento esteve em sintonia com a perda de força do dólar à vista ante o real, para abaixo dos R$ 5,55.

Apesar das preocupações quanto ao impacto inflacionário das tarifas no Brasil, o mercado pouco alterou nos últimos dias sua expectativa de curto prazo para a política monetária.

Perto do fechamento desta sexta-feira a curva brasileira precificava 97% de chances de manutenção da taxa básica Selic em 15% no encontro do fim deste mês do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.

Na quinta-feira -- atualização mais recente -- a precificação das opções de Copom negociadas na B3 (BVMF:B3SA3) indicava 85,68% de chances de manutenção da Selic, contra 9,91% de probabilidade de nova alta de 25 pontos-base este mês.

Às 16h32 o rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento-- subia 8 pontos-base, a 4,425%.

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