Taxas dos DIs seguem Treasuries e caem com mercado à espera de novidades sobre tarifas

Publicado 22.07.2025, 17:18
Atualizado 22.07.2025, 17:20
© Reuters. Moedas de R$1n15/10/2010nREUTERS/Bruno Domingos

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs fecharam a terça-feira em baixa, em sintonia com o recuo dos rendimentos dos Treasuries no exterior e com o dólar relativamente acomodado no Brasil, com os agentes à espera de novidades sobre a guerra tarifária desencadeada pelos EUA.

Em uma sessão de liquidez menor, no fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2027 estava em 14,255%, ante o ajuste de 14,312% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2028 marcava 13,57%, ante o ajuste de 13,647%.

Entre os contratos longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,71%, ante 13,791% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 13,8%, ante 13,88%.

As taxas futuras até chegaram a sustentar leves altas pela manhã, quando os yields dos Treasuries oscilavam próximos da estabilidade. Mas a queda dos rendimentos dos títulos norte-americanos ainda na primeira metade da sessão também pesou sobre as taxas no Brasil, que viraram para o negativo.

O movimento ocorreu em um dia de dólar acomodado ante o real, próximo da estabilidade, com investidores à espera de novidades sobre as tarifas dos EUA.

Nesta terça-feira, fontes disseram à Reuters que as perspectivas de um acordo comercial provisório entre a Índia e os EUA antes de 1º de agosto diminuíram. Já o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, disse que usará todo o tempo disponível para fechar um acordo com os EUA.

Essa falta de novidades concretas nas negociações foi vista também no Brasil, em meio às dificuldades do governo Lula em negociar com os EUA.

A principal barreira é a exigência do presidente Donald Trump, como contrapartida à tarifa de 50% aos produtos brasileiros, do fim do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), por tentativa de golpe de Estado.

A taxa do DI para janeiro de 2033 -- um vencimento bastante influenciado pelos Treasuries -- atingiu a cotação máxima de 13,930% (+5 pontos-base) às 9h30, ainda na primeira hora de negócios, para depois ceder à mínima de 13,770% (-11 pontos-base) às 10h13. Depois disso, a taxa oscilou em margens estreitas até o fechamento.

A curva brasileira seguiu apontando para manutenção da taxa básica Selic em 15% ao ano no fim deste mês: a precificação neste sentido era de 98%.

Na segunda-feira -- atualização mais recente -- a precificação das opções de Copom negociadas na B3 (BVMF:B3SA3) indicava 93,04% de chances de manutenção da Selic, contra 5,05% de probabilidade de nova alta de 25 pontos-base este mês.

No fechamento do mercado, o Ministério do Planejamento e Orçamento informou que o governo projeta um déficit primário de R$26,3 bilhões para o governo central em 2025. Além disso, anunciou a necessidade de bloqueio de R$10,7 bilhões em despesas para cumprimento do teto de gastos, ante cifra anterior de R$10,6 bilhões. Já a necessidade de congelamento foi a zero, ante R$20,7 bilhões de antes.

No exterior, às 16h40, o rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento-- caía 3 pontos-base, a 4,338%.

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