Taxas sobem no Brasil em dia de realização de lucros e alta dos rendimentos dos Treasuries

Publicado 20.05.2025, 17:04
© Reuters. Moedas de R$1n15/10/2010nREUTERS/Bruno Domingos

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs fecharam a terça-feira em alta no Brasil, influenciadas pelo avanço dos rendimentos dos Treasuries no exterior, em meio às preocupações com déficit fiscal dos Estados Unidos, e pela realização de lucros por uma parcela do mercado, após o recuo da véspera.

No fim da tarde, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2026 -- um dos mais líquidos no curto prazo -- estava em 14,73%, ante o ajuste de 14,716% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2027 marcava 13,96%, em alta de 3 pontos-base ante o ajuste de 13,927%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,76%, ante 13,71% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 13,85%, com elevação de 7 pontos-base ante 13,785%.

Após subirem na segunda-feira na esteira do rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela agência Moody’s, os rendimentos dos Treasuries voltaram a ganhar força nesta terça-feira, com investidores preocupados com o rombo fiscal dos EUA.

O presidente dos EUA, Donald Trump, foi ao Capitólio nesta terça para incentivar parlamentares republicanos a resolverem diferenças em relação a um projeto de lei abrangente de corte de impostos -- mais uma possível fonte de pressão sobre o Orçamento norte-americano. Analistas independentes dizem que a medida pode acrescentar de US$3 trilhões a US$5 trilhões à dívida de US$36,2 trilhões do governo federal.

Além da influência trazida pela alta dos yields, as taxas dos DIs eram sustentadas nesta terça-feira, conforme operador da mesa de um banco de investimentos brasileiro, pela realização dos lucros da véspera, quando os prêmios cederam no Brasil.

Neste cenário, a taxa do DI para janeiro de 2033 atingiu a máxima do dia, de 13,89%, às 15h34, em alta de 11 pontos-base ante o ajuste anterior.

O avanço das taxas foi mais perceptível nos vértices longos da curva -- justamente o trecho mais impactado pelo cenário externo --, enquanto na ponta curta investidores seguiram precificando, de forma majoritária, manutenção da taxa Selic em 14,75% ao ano em junho.

Perto do fechamento a curva precificava 91% de probabilidade de manutenção da taxa Selic, contra apenas 9% de chance de elevação de 25 pontos-base.

No mercado de opções de Copom da B3 (BVMF:B3SA3), a precificação na segunda-feira -- atualização mais recente -- era de 70,00% de probabilidade de manutenção da Selic, 24,00% de chances de alta de 25 pontos-base e 4,50% de possibilidade de elevação de 50 pontos-base.

Mais do que a Selic no curtíssimo prazo, o mercado especula agora quando, finalizado o processo de altas, o Banco Central terá espaço para iniciar um novo ciclo, desta vez de cortes da taxa básica.

“Depois dos comentários do (presidente do BC), Gabriel Galípolo, ontem, eu acho que já está meio dado que não vamos ter corte de juros este ano. Provavelmente a taxa pare nestes 14,75%”, comentou pela manhã o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala.

Na segunda-feira, Galípolo defendeu juro “bastante restritivo” por “bastante tempo”, o que para muitos analistas significa que pode não haver espaço para um corte da Selic já no fim de 2025 ou no início de 2026.

Economista de um grande banco de investimentos norte-americano ouvido nesta terça-feira pela Reuters citou a perspectiva de início do ciclo de cortes da Selic mais para meados do próximo ano.

No exterior, às 16h34 o rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento-- subia 1 ponto-base, a 4,483%. Já o retorno do título de 30 anos avançava 3 pontos-base, a 4,97%.

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