BRASÍLIA (Reuters) - A avaliação do governo Jair Bolsonaro manteve a trajetória de piora no final de março, mas, no momento mais grave da pandemia de Covid-19 no país, a condução do combate ao coronavírus pelo chefe do Executivo reverteu a tendência anterior e mostrou alguma melhora na percepção dos brasileiros, ainda que em patamares baixíssimos, mostrou pesquisa XP/Ipespe divulgada nesta segunda-feira.
A sondagem apontou que 48% avaliam o governo como ruim ou péssimo, ante 45% no levantamento anterior, em meados do mês passado.
Mas, apesar dos contínuos recordes de casos e mortes por Covid-19 no Brasil nas últimas semanas, a avaliação ótima ou boa foi de 18% a 21%, enquanto a ruim ou péssima de Bolsonaro na pandemia passou de 61% a 58%.
Em todos os casos, as variações ficaram dentro da margem de erro, de 3,2% para mais ou para menos.
Os que consideram o governo ótimo ou bom oscilaram para 27%, ante 30% na pesquisa anterior.
A diferença de 20,3 pontos percentuais entre os que têm avaliação negativa e os que têm avaliação positiva é a maior desde maio do ano passado, segundo o instituto.
A desaprovação à maneira de o presidente governar passou de 56% para 60%, enquanto a aprovação foi de 38% para 33%.
O país atravessa um duro momento, registrando em alguns dias mais de 3 mil óbitos por Covid-19 em 24 horas, colapso nos sistemas de saúde e críticas de demora na imunização. Recentemente, o governo trocou pela terceira vez o titular da Saúde durante a crise sanitária.
Em meio a essa situação, no entanto, houve uma clara mudança de postura do governo federal em relação ao esforço para aquisição de vacinas e à importância da imunização da população contra a doença.
A pesquisa XP/Ipespe entrevistou 1.000 pessoas de abrangência nacional nos dias 29, 30 e 31 de março.
(Reportagem de Ricardo Brito)