Por Hernan Nessi e Lucinda Elliott
BUENOS AIRES (Reuters) - Sem um favorito claro, os dois candidatos à Presidência da Argentina se enfrentaram no domingo no último debate televisionado antes do segundo turno de 19 de novembro, em um dos ciclos eleitorais mais importantes da história do país.
Os argentinos terão que decidir entre duas visões totalmente diferentes para a segunda maior economia da América do Sul quando forem às urnas em uma semana.
O ministro da Economia de centro-esquerda, Sergio Massa, tem defendido a moeda peso, enquanto seu rival, o ultraliberal Javier Milei, planeja dolarizar a economia, que está fadada a uma recessão e luta contra uma inflação superior a 100%.
As pesquisas mais recentes preveem que a votação do segundo turno não está definida, com Milei tendo uma ligeira vantagem. O debate de domingo foi considerado uma das últimas chances de conquistar eleitores indecisos. Quase 10 milhões de pessoas votaram em outros candidatos, anularam suas cédulas ou votaram em branco no primeiro turno, em 22 de outubro.
O pragmático Massa, que se comprometeu com um governo de unidade nacional, partiu para o ataque, fazendo perguntas diretas a Milei sobre suas críticas ao papa Francisco, seus planos de cortar subsídios e privatizar empresas estatais.
"Sim ou não: você vai dolarizar a economia? Você vai cortar subsídios?", questionou Massa.
Milei, um economista e ex-comentarista de televisão, não deu uma resposta direta, mas reiterou seu compromisso de fechar o banco central porque a instituição "gera inflação".
Andrei Roman, do instituto de pesquisas AtlasIntel, disse que Massa foi mais agressivo do que Milei no debate.
"Massa venceu o debate e Milei perdeu, mas isso não significa que ele perdeu eleitores", disse Roman.
De acordo com o analista político Federico González, Massa e Milei estavam "frente a frente nas pesquisas" nos últimos 10 dias, e o debate favorecerá o candidato que cometeu "menos erros", disse ele à rádio local.
O vencedor da eleição assumirá o cargo em 10 de dezembro.