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Charge da semana: o incrível encolhimento do euro

Publicado 19.07.2022, 12:56
© Investing.com

Por Geoffrey Smith

Investing.com – Os alarmes vão soar em Frankfurt nesta semana, enquanto o conselho dirigente do Banco Central Europeu se reúne e o euro volta para onde estava há 20 anos: valendo apenas um dólar.

Na última vez em que a moeda comum ficou tão fraca assim, o argumento era que se tratava, em grande medida, de uma quantidade desconhecida, que buscava ocupar o lugar do todo-poderoso marco alemão nos mercados internacionais de câmbio. Desta vez, é porque seus pontos fracos são bastante conhecidos.

O BCE elevará as taxas de juros pela primeira vez em uma década na quinta-feira, depois de ficar sentado por oito anos sobre a taxa básica abaixo de zero, pagando aos bancos para fazer empréstimos, em uma total perversão do capitalismo. Mesmo depois de quinta-feira, as taxas de juros reais – isto é, após ajuste da inflação – continuarão rendendo cerca de -10%.

Um vazamento bastante oportuno na terça-feira, sugerindo que o banco central discutirá uma alta de 50 pontos-base (pb), em vez dos 25 pb contratados, parece ter evitado o constrangimento de o euro ser negociado abaixo de um dólar. A moeda única disparou para US$ 1,0269 devido ao que os analistas classificaram como cobertura de posições vendidas.

E as notícias positivas para o euro não pararam por aí no dia. Citando uma fonte anônima, a Reuters informou que a Rússia deve retomar os fluxos do gasoduto de Nord Stream após o término do período previsto de manutenção nesta semana. Se confirmado, isso afastaria os temores de uma interrupção completa e imediata do fornecimento de gás para a maior economia da Europa, um dos maiores obstáculos para o euro nas últimas semanas.

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No entanto, para que a moeda comum se firme ou até mesmo amplie os ganhos, muitas coisas precisam acontecer, quase todas fora do controle do BCE.

Primeiro, é preciso haver uma melhora nas tendências de inflação nos EUA que permita ao Federal Reserve parar de subir os juros de forma tão agressiva. Este é o ponto-chave da história brutalmente simples da desvalorização do euro frente ao dólar neste ano: a economia dos EUA está crescendo rápido o bastante para resistir às elevações de juros, o que não é o caso da zona do euro. Enquanto as autoridades do Fed falam em aumentar as taxas para 3,5% ou mais, os juros de mercado sugerem que o BCE não conseguirá ir além de 1,5%.

Em segundo lugar, a crise energética que assola a Europa precisa diminuir. Embora o fornecimento de gás da Rússia seja o principal ponto de pressão neste momento, a crise vai muito além disso.  Uma grave ausência de nevascas nos Alpes durante o inverno pode reduzir a capacidade dos rios de gerar energia hidrelétrica e de refrigerar os velhos reatores nucleares da França, cada vez menos confiáveis. Os preços da eletricidade no país atingiram impressionantes 589 euros por megawatt-hora na terça-feira, nível insustentável para qualquer economia que faz uso intensivo de energia.

A energia e os alimentos responderam por cerca da metade da inflação anual de 8,6% registrada pelo Eurostat em junho. Embora cortes de impostos na Espanha, Itália e outros países possam reduzir os efeitos disso ao longo do ano, ampliam ainda mais seus déficits orçamentários.

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O que nos leva ao terceiro ponto do que é necessário para uma virada no euro: a crise do governo na Itália precisa ser resolvida.

Isso não é impossível: via de regra, a cada 12-18 meses, a Itália vive uma crise governamental que, de uma forma ou de outra, é resolvida. A atual, no entanto, envolve muito mais do que a maioria das anteriores.

Os mercados financeiros querem continuar vendo Mario Draghi, ex-presidente do BCE e garantidor de uma política econômica ortodoxa, no cargo de primeiro-ministro. Draghi, ciente de que não tem um mandato popular, declarou que não pode continuar governando, a menos que o Movimento 5 Estrelas (M5S), de viés populista, volte para a coalizão, após se recusar a lhe dar um voto de confiança na semana passada.

O M5S desertou em protesto pela falta de apoio do governo a famílias de baixa renda que estão tentando lidar com a alta da inflação. Draghi até agora se recusou a abrir espaço para qualquer demanda por mais subsídios, pois precisa apresentar um orçamento capaz de persuadir a UE a aprovar 200 bilhões de euros de fundos de recuperação pós-pandemia.

Não há qualquer chance de que esse problema seja resolvido a tempo para a reunião do BCE na quinta-feira, o que evitará que a presidente Christine Lagarde se aprofunde em relação ao novo instrumento “antifragmentação” da instituição, cujo objetivo é evitar que as taxas dos títulos subam demais, enquanto o BCE finalmente começa a elevar os juros. Isso porque o instrumento provavelmente será condicional, dependendo especificamente do cumprimento das regras da zona do euro sobre gastos e empréstimos.

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A realidade é que ninguém irá vencer a próxima eleição italiana com promessas como essa, não importa se o pleito acontecer neste ou no próximo ano.

Assim, ainda que o posicionamento do euro pareça esticado na paridade, pode facilmente ultrapassá-la no curto prazo se qualquer dos muitos riscos ao seu redor se materializar. Os analistas do JPMorgan (NYSE:JPM)  (BVMF:JPMC34) revisaram seu alvo para a moeda para 0,95 no fim de semana. Mas, por enquanto, o drama da zona do euro parece estar sendo vivido – mais uma vez – nos mercados de títulos, em vez dos mercados cambiais.

Últimos comentários

Vendido em Euro, GBP, NZD e AUD; e comprado em CHF, JPY e CAD, desde segunda, 18. Postando tudo no canal Gestão de Risco Br.
Otima chargea... Alice no país... Ops...no bloco que já foi maravilha...
Otima chargea!!! Alice no país... Ops! no bloco que já foi maravilha...
Qual o proximo “Exit” da União Europeia?
Vai ficar ainda pior para esses europeus arrogantes quando Putin fechar a torneira do gás. Vão passar muito calor e muito frio. Que dó...
Esse é o início da maior crise que a união europeia viu. E ainda nem começou. Em breve volta o carvão e a queima de diesel pra sobreviver durante o inverno.. e o Brasil que se preocupe em poluir menos. europeus sempre hipócritas n tem jeito
O bananil nao faz diferença alguma na economia mundial, ao contrário da europa e eua.
é BABANAL cara!
Bananal
Cristine Lagarde, ainda não acordou. Quando assim fizer, será tarde demais.
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