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Charge: problemas de energia pioram com efeitos da mudança climática na Europa

Publicado 16.08.2022, 14:28
Atualizado 17.08.2022, 12:25
© Investing.com

Investing.com – A estiagem deste ano na Europa não só acabou com qualquer esperança que restava de recuperação econômica, como também pode ter preparado o palco para mais um ano de estagnação e alta inflação em 2023.

A falta de chuvas desde o inverno secou algumas das regiões agrícolas mais importantes do continente, impedindo que a queda sazonal dos preços dos alimentos no verão fosse mais pronunciada.   

Isso ressaltou os riscos da mudança climática no longo prazo, tornando mais urgente e, por isso mesmo, mais caro o trabalho para mitigá-la.

Os efeitos de curto e longo prazo já são, por si sós, ruins, mas nem se comparam ao estrago que o clima está causando no sistema de energia do continente. A estiagem intensificou todos os problemas estruturais expostos pela invasão de Vladimir Putin na Ucrânia e a consequente queda na importações de energia da Rússia.

Houve uma disparada nos preços de energia no Velho Continente nas últimas três semanas, na medida em que a falta de água nos rios da região forçou a utilização de diversas formas de geração, no intuito de aumentar a produção, eliminando a margem de segurança necessária para lidar com a forte queda na geração de energia por meio do gás russo.

Dois casos, em particular, deixam clara a escala do problema. Na Alemanha, os níveis hídricos do Reno estão tão baixos que as embarcações não conseguem sequer transportar carvão ou óleo combustível para as estações de energia. Carsten Brzeski, um analista da ING, estima que o impacto disso no PIB da Alemanha será muito pior do que 0,3% em 2018, última vez em que os níveis das águas estavam tão críticos.

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“Naquele momento, o período de baixa fluvial só ocorreu no fim de setembro. Desta vez, a redução dos níveis hídricos aconteceu mais cedo e há pouco alívio das chuvas no futuro próximo”, afirmou Brzeski em uma nota aos clientes. Sua expectativa é que a estiagem apague pelo menos 0,5% do produto interno bruto alemão no segundo semestre do ano, acrescentando que “seria necessário um milagre econômico para evitar uma recessão”.

Do outro lado do Reno, a situação não é melhor. Os baixos níveis hídricos forçaram as autoridades, no início do verão, a solicitar que a Électricité de France cortasse a produção em suas usinas nucleares, para que a água utilizada no arrefecimento dos reatores não superaquecesse os rios e provocasse a morte da vida selvagem no seu descarte. Por conta disso, a Agência de Segurança Nuclear teve que conceder isenções à regra, uma vez que diversos reatores antigos da EDF já estão fora de operação devido a problemas de confiabilidade.  

Um raio de esperança – ou bom senso – surgiu na terça-feira, quando o Wall Street Journal informou que o governo alemão estava se preparando para estender a vida útil operacional de três reatores nucleares remanescentes do país. Isso rompe um tabu entre os Verdes, parceiros juniores da coalizão governista federal, que não se cansam de fazer campanha pelo fim da energia nuclear desde a década de 1980.

No momento, entretanto, os preços da energia no atacado em ambos os lados do Reno estão muitas vezes acima de onde se encontravam antes do início da guerra.

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Disparadas na cotação do mercado à vista já vitimou dezenas de pequenos fornecedores de energia, cujos planos de negócio davam por certo a longeva disponibilidade do gás barato e da geração nuclear. Mas os aumentos excessivos de preços, que eram descartados há alguns meses, agora se tornaram a realidade para todo o ano que vem, forçando resgates financeiros governamentais tanto à EDF (EPA:EDF) quanto à Uniper (ETR:UN01), uma das maiores fornecedoras de energia da Alemanha. Um megawatt-hora de energia de carga básica para 2023 custa 669 euros na França e cerca de 500 euros na Alemanha neste momento.   Se mantidos, tais números podem aniquilar boa parte da indústria europeia.

Os preços da energia no curto prazo são apenas uma ilustração – ainda que extrema – de um problema mais amplo. Essa estiagem, assim como a de 2018 e as muitas que devem se seguir – é, em última instância, produto da mudança climática, um fenômeno muito além do controle da Europa.

O Velho Continente não pode substituir as geleiras perdidas nas Dolomitas, mas possui tecnologia e capital para mitigar os efeitos locais do aquecimento global, inclusive por meio de medidas para reduzir o consumo, tanto de energia quanto de água. São essas iniciativas – há muito tempo reconhecidas como necessárias, seja no âmbito da UE, seja em nível nacional, mas raramente implementadas – que agora precisa de apoio imediato e sustentado.  

Compreensivelmente, os governos injetaram mais dinheiro para amortecer os impactos de curto prazo aos consumidores nos últimos meses, mas trata-se de uma crise que não deve ser desperdiçada.  

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Últimos comentários

Acho engraçado a questão dos incêndios na Europa, pois eram os europeus que criticavam e faziam ameaças ao Brasil por não conseguirmos impedir incêndios em uma área maior que a Europa, e agora eles que possuindo apenas um resto de floresta não são capazes de controlar. Pimenta nos olhos dos outros é refresco.
As pessoas estão cada vez mais sem amor, cada vez mais distantes de Deus ... futuro tenebroso!
Esses ratos do apocalipse, querem destruir de todas as formas os meios de producao de energia e culpam a tal da "mudança climatica"! Querem o colapso da humanidade!! Nao existe mudança climatica nenhuma!
Papinho socialista fajuto pra ferrar ainda mais a população... governo não resolve poha nenhuma. #eunaotrabalhoparaosocialismo 🇧🇷
Chama a Greta e o Al Gore!!
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