PEQUIM (Reuters) - A China intensificará o apoio à economia com políticas monetárias prudentes e políticas fiscais proativas, incluindo taxas de juros e de compulsório, disse o Politburo do Partido Comunista segundo a mídia estatal nesta terça-feira.
O principal órgão decisório do partido disse que será flexível com as políticas, com os investidores esperando mais estímulos para a segunda maior economia do mundo, que cresceu mais rápido do que o previsto no primeiro trimestre mas ainda enfrenta obstáculos.
"A recuperação sustentada e a melhora da economia ainda enfrentam muitos desafios", disse o Politburo, de acordo com a agência de notícias Xinhua, após uma reunião presidida pelo presidente Xi Jinping.
O Politburo apontou problemas como demanda insuficiente, enormes pressões sobre as empresas, riscos e perigos ocultos em áreas importantes da economia.
"Ao mesmo tempo, é preciso observar que a base econômica da China é estável, com muitas vantagens, forte resiliência e grande potencial", afirmou.
A China determinou uma meta de crescimento econômico para 2024 de cerca de 5%, o que muitos analistas dizem ser um desafio sem muito mais estímulos.
"Precisamos usar de forma flexível as ferramentas de política econômica, como as taxas de juros e de compulsório, aumentar o apoio à economia real e reduzir o custo geral do financiamento social", afirmou.
Nos últimos meses, o Banco do Povo da China realizou cortes modestos no compulsório e nas taxas de juros para apoiar o crescimento econômico.
"A reunião indica que pode haver cortes nas taxas de juros e de compulsório no segundo trimestre", disse Xing Zhaopeng, estrategista sênior para a China do ANZ.
Em meio à demanda doméstica fraca e a uma crise imobiliária, Pequim aumentou os investimentos em infraestrutura e passou a investir em manufatura de alta tecnologia para impulsionar a economia este ano.
A China emitirá títulos do Tesouro especiais de prazo ultralongo o mais rápido possível e acelerará a emissão de títulos especiais dos governos locais para manter a intensidade necessária dos gastos fiscais, disse a agência de notícias citando o Politburo.
Pequim planeja emitir 1 trilhão de iuanes (138,14 bilhões de dólares) em títulos do Tesouro especiais de prazo ultralongo para apoiar alguns setores importantes.