50% de desconto! Supere o mercado em 2025 com o InvestingProGARANTA JÁ SUA OFERTA

Com 45 autorizações, ferrovias privadas ainda não saíram no papel

Publicado 11.08.2024, 12:56
Com 45 autorizações, ferrovias privadas ainda não saíram no papel
RAIL3
-

O governo federal já autorizou 24 empresas a construírem 45 ferrovias privadas desde 2021. Naquele ano, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) lançou o Pró-Trilhos (Programa de Autorizações Ferroviárias), com a possibilidade de empresas solicitarem aval para ter estradas de ferro próprias com licenças de 99 anos. No entanto, nada saiu do papel até agora.

Bem recebido pelo mercado, o programa provocou uma chuva de solicitações. Foram 72 pedidos de ferrovias feitos, resultando em 47 contratos assinados ao longo dos governos Bolsonaro e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Destes, 2 foram contratos foram extintos posteriormente em comum acordo, permanecendo vigentes 45 autorizações.

Os projetos somam R$ 225 bilhões em investimentos privados e 12.707 km de novas estradas de ferro. Para se ter ideia, teria potencial para aumentar em 41% o tamanho da malha ferroviária brasileira, que é de aproximadamente 30.600 km. E deste total, 10.111 km estão abandonados atualmente.

Apesar de todo o potencial, nem mesmo 1 metro foi construído até agora. Das ferrovias autorizadas, 20 (o que equivale a 44%) nem pediu licença prévia, que é a 1ª licença ambiental que precisa ser solicitada para tocar o projeto. As outras 25 estão com o processo em andamento.

Nenhuma empresa obteve esse aval inicial até agora para entrar com o pedido de licença de instalação, que autoriza o início das obras. E só 2 dos 45 empreendimentos iniciaram as desapropriações, segundo dados da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).

Há uma diferença grande no modelo de autorização para o de concessão:

  • concessão: a ferrovia é pública, mas cedida por um determinado prazo para operação de uma empresa. É feito por leilão. Ela se compromete contratualmente a fazer investimentos, é obrigada a dar direito de passagem e a pagar outorga ao governo;
  • autorização: a ferrovia é privada, com licença por 99 anos que pode ser renovada. Não há leilão. A empresa é livre para fazer investimentos e não fica obrigada a dar direito de passagem em sua via a outras empresas.

Essas diferenças tornam o modelo de autorização ferroviária mais atrativo para empresas. Prova disso, é que companhias do setor que já detém concessões foram as que mais pediram aval para construir ferrovias privadas: a Rumo (BVMF:RAIL3) e a VLI.

A maioria dos projetos é para ligar plantas industriais e regiões produtoras do agro a portos ou a ferrovias já existentes. Em outros casos, foram obtidas autorizações para ter de construir ramais menores, como dentro de complexos portuários.

Entre as dificuldades que travam os projetos, está a falta de uma regulamentação de que dê mais segurança jurídica e a ausência de licenças ambientais. Também pesa o fato de que em alguns casos diferentes empresas ganharam autorização para construir o mesmo trecho.

Há outro fator, que é a falta de simpatia ao modelo dentro do governo Lula. O ministro dos Transportes, Renan Filho, já chamou os projetos de “ferrovias de papel”.

A avaliação da gestão atual é que o programa da era Bolsonaro foi feito às pressas. O Ministério dos Transportes quer avançar com a regulação de aspectos do programa antes de dar o sinal verde aos projetos.

Enquanto o governo hiberna o programa e sinaliza que pode mudar algumas regras, os pedidos de licenciamento ambiental ficam soltos no ar. Já as empresas perderam a pressa de fazer os EVTEAs (Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental), etapa necessária para pedir a licença prévia.

Leia mais em Poder360

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.