Em discurso do Estado da União, Biden desafia republicanos sobre dívida e economia

Publicado 08.02.2023, 09:00
Atualizado 08.02.2023, 09:05
© Reuters. Presidente dos EUA, Joe Biden, após discurso do Estado da União no Congreesso dos Estados Unidos
07/02/2023 Jacquelyn Martin/Pool via REUTERS

Por Jeff Mason e Nandita Bose e Gram Slattery

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, desafiou os republicanos a elevar o teto da dívida dos Estados Unidos e apoiar políticas fiscais mais amigáveis para a classe média norte-americana, na terça-feira, em um discurso do Estado da União que serviu de modelo para sua campanha à reeleição em 2024.

Atacando as empresas de petróleo por obter altos lucros e o setor corporativo por tirar vantagem dos consumidores, Biden usou seu discurso no horário nobre para delinear as prioridades progressistas de seu Partido Democrata que são anátemas para muitos parlamentares republicanos.

Em seu primeiro discurso a uma sessão conjunta do Congresso desde que os republicanos assumiram o controle da Câmara dos Deputados em janeiro, Biden prometeu trabalhar com os parlamentares da oposição.

"Aos meus amigos republicanos, se pudemos trabalhar juntos no último Congresso, não há razão para não trabalharmos juntos e encontrarmos consenso sobre coisas importantes também neste Congresso", disse ele.

Alguns republicanos o questionaram e zombaram às vezes durante um discurso que durou cerca de 73 minutos.

Biden se dirigiu a eles, desafiando os republicanos a aumentar o teto da dívida de 31,4 trilhões de dólares, que precisa ser elevado nos próximos meses para evitar um calote. A Casa Branca disse que Biden não negociará sobre essa necessidade; os republicanos querem cortes de gastos em troca de seu apoio.

"Alguns de meus amigos republicanos querem tomar a economia como refém --entendo-- a menos que eu concorde com seus planos econômicos. Todos vocês em casa devem saber quais são esses planos. Em vez de fazer os ricos pagarem sua parte justa, alguns republicanos... querem que o Medicare e a Previdência Social acabem", afirmou ele, atraindo vaias.

Ele então fez um apelo para que os parlamentares defendam os cidadãos idosos, o que eles fizeram, levando Biden a reivindicar vitória. "Gosto da conversão", brincou ele, sugerindo que cortes nos programas de rede de segurança social populares entre os eleitores agora estavam fora de questão.

As idas e vindas enfatizaram o aparente conforto de Biden no Congresso, onde ele se envolveu em debates como senador dos EUA por 36 anos.

"Joe Biden lutando com a multidão e vencendo não era algo que eu esperava", disse o ex-deputado Adam Kinzinger, um republicano, no Twitter.

O presidente pediu reformas no policiamento depois que Tyre Nichols, um homem negro, morreu no mês passado após ser espancado por policiais em Memphis, no Tennessee. A mãe e o padrasto de Nichols estavam entre os convidados do discurso.

Ao ressaltar tópicos que podem ter destaque em uma campanha de reeleição, Biden disse que a economia está se beneficiando de 12 milhões de novos empregos, a Covid-19 não controla mais a vida dos norte-americanos e a democracia dos EUA permanece intacta, apesar de enfrentar sua maior ameaça desde a Guerra Civil.

"Hoje, embora machucada, nossa democracia permanece inabalável e intacta", disse ele.

Como candidato em 2020 e em sua posse em 2021, logo após o ataque de 6 de janeiro ao Capitólio dos Estados Unidos, Biden disse que queria unificar o país. E ele manteve esse tema, destacando um enorme projeto de lei de infraestrutura e criticando os parlamentares republicanos que se opunham a ele.

"Quero agradecer aos meus amigos republicanos que votaram a favor da lei", afirmou. "Meus amigos republicanos que votaram contra ... Ainda me pedem para financiar os projetos nesses distritos também, mas não se preocupe, prometi que seria um presidente para todos os americanos."

Apesar de seus esforços, Biden continua impopular.

Seu índice de aprovação pública subiu um ponto percentual, para 41%, em uma pesquisa de opinião Reuters/Ipsos encerrada no domingo. Isso está perto do nível mais baixo de sua Presidência, com 65% dos norte-americanos dizendo acreditar que o país está no caminho errado, em comparação com 58% um ano antes.

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