Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo
Investing.com – Os futuros das ações dos EUA registravam uma ligeira queda antes de um dia agitado em Wall Street, que contará com os resultados da Nvidia e com a ata da reunião de janeiro do Federal Reserve (Fed, banco central americano).
Além disso, o fundador da Amazon, Jeff Bezos, vendeu um novo lote de ações da gigante do e-commerce, elevando os lucros de uma série de vendas recentes de ações para US$ 8,5 bilhões.
No Brasil, destaque para o balanço da Telefônica Brasil (BVMF:VIVT3), dona da marca Vivo.
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1. Nvidia pode surpreender com lucros recordes
A Nvidia (NASDAQ:NVDA) divulgará hoje, após o pregão nos EUA, o seu balanço do quarto trimestre, com expectativa de um lucro por ação de US$ 4,58 e uma receita de US$ 20,37 bilhões.
A empresa de tecnologia da Califórnia viu o seu valor de mercado despencar em cerca de US$ 100 bilhões na terça-feira, à medida que os investidores aguardavam a confirmação do salto nos lucros que a companhia havia projetado.
Os números também poderão validar a alta expressiva na cotação da Nvidia, que negocia atualmente a um múltiplo preço/lucro futuro de pouco mais de 32. Como a Nvidia é líder em soluções de inteligência artificial, os mercados também estarão atentos a qualquer orientação da empresa sobre a demanda futura por IA.
A ansiedade em relação aos lucros afetou a maioria das ações de fabricantes de chips na Ásia na quarta-feira. A japonesa Advantest Corp. (TYO:6857), que produz equipamentos de teste de semicondutores, e a TSMC (TW:2330), maior produtora de chips terceirizada do mundo, recuaram. As duas companhias são importantes fornecedoras da Nvidia.
ACOMPANHE: Cotação das ações dos EUA na pré-abertura em Wall Street
2. Mercados aguardam ata do Fed
Outro destaque do dia será a divulgação da ata da reunião de política monetária do Federal Reserve realizada no fim de janeiro, com os mercados buscando pistas sobre o possível rumo das taxas de juros nos EUA.
O banco central americano manteve as taxas inalteradas na ocasião, mas reduziu as expectativas de cortes antecipados nos juros. O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que uma redução nos custos de empréstimo, que estão em níveis elevados há mais de duas décadas, já em março não era o seu "cenário base".
Desde então, uma série de dados de inflação nos EUA acima do esperado levou os mercados a aumentar as apostas em cortes iminentes nos juros. Segundo o Monitor de Juros do Fed, fornecido pelo Investing.com, os investidores agora estimam que o banco central fará o seu primeiro corte de 0,25 ponto percentual em junho.
Os futuros das ações dos EUA indicaram uma leve baixa na quarta-feira, com os investidores se preparando para os resultados expressivos da gigante de chips de inteligência artificial Nvidia e para a ata da última reunião do Fed.
Às 7h57 (de Brasília), o contrato Dow futuros caía 0,11%, o S&P 500 futuros perdia 0,13% e o Nasdaq 100 futuros recuava 0,33%.
Os principais índices fecharam em queda na sessão anterior, com o Nasdaq Composite, de forte peso tecnológico, caindo 0,9%. A queda nas ações da Nvidia pressionou o índice, em um sinal de que os investidores podem estar cautelosos com a avaliação elevada da empresa antes da divulgação dos seus resultados trimestrais.
Por outro lado, uma projeção de vendas otimista e um aumento nos dividendos impulsionaram o Walmart (NYSE:WMT) a um recorde de alta, ajudando a limitar as perdas no Dow Jones Industrial Average. O índice de blue-chips cedeu 0,2%, enquanto o índice de referência S&P 500 recuou 0,6%.
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3. Bezos encerra plano de venda de ações da Amazon
Jeff Bezos concluiu a venda de até 50 milhões de ações da Amazon (NASDAQ:AMZN), de acordo com um documento enviado à SEC (Securities and Exchange Commission) dos EUA na terça-feira. O plano de venda, que deveria se estender até janeiro do ano que vem, foi finalizado em poucos dias pelo fundador e CEO da gigante do e-commerce.
Bezos se desfez de 14 milhões de papéis da Amazon, no valor de cerca de US$ 2,4 bilhões, em três dias de pregão que se encerraram na terça-feira, conforme o documento.
Com a operação, o bilionário já acumulou US$ 8,5 bilhões com a sua estratégia de reduzir gradativamente a sua participação na empresa nas últimas semanas. Bezos, o terceiro homem mais rico do mundo segundo a Forbes, ainda não revelou o destino dos lucros obtidos com as vendas.
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4. Petróleo tem leve baixa com tensão no Oriente Médio e ata do Fed
Os preços do petróleo registravam uma leve baixa no mercado europeu na quarta-feira, com os investidores divididos entre as possíveis interrupções na oferta por causa do conflito prolongado no Oriente Médio e as incertezas sobre a demanda.
O dólar cedia um pouco antes da publicação da ata da última reunião do Federal Reserve, dando alguma vantagem aos compradores estrangeiros de petróleo denominado em dólar. Os investidores vão analisar a ata, buscando sinais sobre o rumo das taxas de juros nos EUA, que podem afetar a atividade econômica no maior consumidor de petróleo do mundo.
No entanto, os preços do petróleo não apresentavam uma queda expressiva, devido às preocupações contínuas com o conflito no Oriente Médio, que parece comprometer alguns fornecimentos.
Os EUA vetaram uma resolução da ONU (Organização das Nações Unidas) que exigia um cessar-fogo imediato em Gaza, indicando que a guerra entre Israel e Hamas não tem previsão de fim. Foi o terceiro veto de Washington nos últimos meses.
Às 7h57, o Brent futuros para abril recuava 0,47%, para US$ 81,95 o barril, enquanto o West Texas Intermediate futuros perdia 0,47%, para US$ 81,95 o barril.
5. Balanço da Telefônica Brasil (Vivo)
A Telefônica Brasil (Vivo), controlada pela espanhola Telefónica, reportou um lucro líquido de R$1,6 bilhão nos últimos três meses do ano, acima do esperado por analistas. O dado representa uma elevação de 42% na comparação com o mesmo período de 2022.
A companhia de telecomunicações apresentou um acréscimo de 6,9% na receita operacional líquida na mesma comparação, somando R$13,5 bilhões. O crescimento na receita móvel foi de 8,4% na base anual e, na fixa, 9,5%. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) atingiu R$5,75 bilhões, alta de 9,9% em relação a um ano antes, com margem Ebitda de 42,5% no período.
Analistas já tinham perspectivas positivas para as empresas de telecomunicações, que estariam em um bom momento, o que possibilitou reajustes de preços e aquisições de ativos móveis.
Às 7h58 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) recuava 1,40% no pré-mercado.